PF investiga falsificação de documentos do PT de Londrina

Londrina (AE) – A Polícia Federal ouviu hoje (13), durante três horas e meia, o depoimento de Soraya Garcia, ex-assessora financeira do comitê de reeleição do prefeito de Londrina, Nedson Micheleti, do Partido dos Trabalhadores. Soraya acusa o PT de ter recorrido a caixa 2 para financiar a candidatura de Micheleti e também de ter adulterado documentos e falsificado assinaturas que constam da prestação de contas oficial do partido. Segundo ela, o PT londrinense gastou R$ 6,5 milhões na campanha, mas declarou despesa de R$ 1,3 milhão.

O depoimento desta terça-feira foi o segundo de Soraya à PF. Na primeira vez, ela deu detalhes de como o partido teria movimentado o caixa 2 e, desta vez, de como teria manipulado a prestação de contas oficial. "O depoimento foi produtivo", disse o delegado Fernando Faria de Lara, que comanda o inquérito sobre o caixa oficial da campanha de Micheleti.

As pessoas citadas por Soraya como responsáveis pela manipulação de documentos serão convidadas a depor ainda esta semana, disse o delegado. Entre eles está o presidente do diretório local e secretário municipal de Gestão Pública, Jacks Dias, que negou, por meio de seu advogado, qualquer envolvimento com as supostas irregularidades.

De acordo com Soraya, doações de empresas ao PT foram transformadas em colaborações de pessoas físicas e, para isso, pessoas que participaram da campanha assinaram recibos de doação ou tiveram suas assinaturas falsificadas para constar como doadores. Alem disso, recibos de várias empresas doadoras, que julgavam estar contribuindo oficialmente para o PT, foram inutilizados para que não constassem da prestação de contas da campanha. O que teria motivado este procedimento, na avaliação do advogado de Soraya, Mauro Aguillera, foi a necessidade "de comprovar ou disfarçar a origem dos recursos".

O delegado Kandy Takahashi, que preside o inquérito sobre o suposto caixa 2, disse já ter comprovado despesas não declaradas de aproximadamente R$ 150 mil. O delegado aguarda decisão da Justiça sobre o pedido de prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito. O Ministério Público Eleitoral já se manifestou favoravelmente ao pedido.

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