PF faz busca e apreesão em endereços do genro de Jefferson

Brasília (AE) – A Polícia Federal realizou hoje (14) buscas e apreensões nos endereços comerciais e residenciais, no Rio de Janeiro, do ex-diretor do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Marcus Vinícius de Vasconcelos Ferreira, genro do presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ). As buscas foram pedidas pelo procurador da República Bruno Acioli, que coordena a atuação do Ministério Público nas investigações sobre corrupção nos Correios. Marcus é suspeito de integrar o esquema de arrecadação de fundos, à base de propina de empresários, que o PTB teria montado em empresas estatais, entre as quais o IRB e os Correios.

O material apreendido será periciado no Instituto Nacional de Criminalística (INC) para verificação de indícios de crime. O inquérito do caso foi aberto em maio, após a divulgação de fita de vídeo em que um diretor dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo propina de empresários. No vídeo, ele revela ser integrante de um esquema, montado por Jefferson, de arrecadação de pedágio de empresários interessados em disputar licitações viciadas na estatal. Diz também que esquema semelhante funcionaria em outras estatais, como o IRB e a Eletronorte.

Além da parte criminal, o Ministério Público abriu inquérito civil público para investigar os casos de improbidade administrativa de servidores acusados de integrar o esquema. Acioli determinou ainda a tomada de depoimento de Marcus e de outro diretor do IRB, também já afastado, Henrique Jorge Duarte Brandão. O procurador pediu também que o chefe do Ministério Público, o procurador-geral da República Cláudio Fonteles, notifique o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) a prestar depoimento.

Jefferson declarou à imprensa ter recebido o coronel reformado da Marinha Arlindo Molina em seu gabinete, a pedido de Suassuna, para negociar a fita em que Marinho recebe propina em nome do deputado. Por ter foro privilegiado, o senador só pode ser notificado pelo procurador-geral da República e pode escolher data, horário e local para ser formalmente ouvido. Acioli também pediu a Fonteles que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Félix e o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), sejam notificados para futuro depoimento.

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