Petrobras garante fornecimento de gás natural para indústrias

O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, garantiu nesta terça-feira (24) no Rio de Janeiro, durante reunião com representantes do Fórum Industrial Sul, que não faltará gás natural para as indústrias. Ele assegurou o cumprimento dos contratos de fornecimento pela Petrobras, independentemente do aumento do consumo de gás no Brasil.Afirmou ainda que não há risco de interrupção do fornecimento pela Bolívia.

A decisão atende a uma reivindicação feita pelo Fórum Industrial Parlamentar Sul, entidade que reúne as Federações das Indústrias do Paraná, Santa Catarina, e Rio Grande do Sul e parlamentares dos três Estados. O assunto foi um dos principais temas da última reunião do Fórum, realizada no dia 7 de abril, em Florianópolis.

Na ocasião, os dirigentes das federações das indústrias dos três Estados do Sul pediram uma solução técnica para o abastecimento da indústria e a isonomia de preço. Esta segunda questão ainda está sendo discutida. ?A indústria precisa da garantia do abastecimento e também da isonomia de preço para ser competitiva?, destaca o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.

Com relação ao abastecimento, a direção da Petrobras também informou que está em curso a realização de estudo de viabilidade para a utilização de Gás Natural Liquefeito (GNL) como alternativa de abastecimento para a região Sul. Depois de gaseificado, o combustível pode ser distribuído pelo gasoduto que já serve a região. A Petrobras avalia a possibilidade de instalar na região de São Francisco do Sul, no norte catarinense, um terminal para isso.

Outra informação repassada pelo presidente da Petrobras e pelo diretor de gás e energia da estatal, Ildo Sauer, é a de que a companhia programa para 2008 o início da distribuição do gás natural da Bacia de Santos por meio do Gasbol. Além de diversificar a fonte de gás, a medida é necessária para atender ao forte crescimento do consumo do combustível no País.

A preocupação da indústria com relação ao preço foi outro assunto tratado na reunião e a possibilidade de redução do PIS/Cofins foi uma das alternativas avaliadas.

Participaram da reunião com os dirigentes da Petrobras, o presidente da Federação das Indústrias de santa catarina (Fiesc), Alcântaro Corrêa, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná, (Fiep), Odair Ceschin, o coordenador da área técnica da Federação do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Dias, o diretor de relações industriais da FIESC, Henry Quaresma, o presidente da SC Gás, Walter Fernando Piazza Junior, e a senadora Ideli Salvatti, que intermediou a realização do encontro.

Na reunião os integrantes do Fórum Industrial Sul também entregaram a Gabrielli documento em que manifestam a preocupação com o tema. O documento também destaca a falta de definição de um novo marco legal para a indústria do gás natural no Brasil, pois tramitam atualmente três projetos de Lei no Congresso Nacional tratando do assunto.

Ao chamar atenção para o fato de o Sul ter uma única fonte de suprimento de gás atualmente, o Fórum apresentou como alternativas, além do uso do gás da Bacia de Santos e do GNL, a conclusão do gasoduto Uruguaiana ? Porto Alegre. E defendeu também a ampliação do Gasbol.

O documento ainda mostra que o setor industrial dos três estados do Sul do Brasil congrega cerca de 169 mil estabelecimentos industriais. Em 2003 seu PIB chegou a R$ 289 bilhões, ou seja, 18,6% do PIB nacional, sendo a segunda região mais industrializada do país, empregando 1,6 milhão de pessoas. As exportações em 2005 atingiram US$ 26 bilhões, 22% do total brasileiro, ocupando a 2ª posição no ranking das regiões da federação que contribuem com o superávit da balança comercial brasileira.

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