Petrobras diz não negociar com a Bolívia há um mês por falta de interlocutor

A Petrobras admitiu nesta quarta-feira que estão paradas as negociações com o novo governo boliviano sobre os investimentos da estatal no país. O diálogo está parado há um mês, segundo a assessoria da Petrobras, por falta de definição de um interlocutor pelo governo do presidente Evo Morales. A empresa confirmou as informações de uma reportagem, publicada hoje pela agência francesa EFE, afirmando que as negociações estão paradas.

A estatal vem tentando retomar os diálogos interrompidos desde fevereiro. "A idéia é continuar tentando encontrar um canal de diálogo, embora não venhamos obtendo respostas das autoridades bolivianas às nossas tentativas", informou a assessoria da empresa.

A Petrobras afirmou, ainda, que as decisões não podem ser tomadas unilateralmente. A empresa confirmou que os novos investimentos a serem feitos naquele país estão em compasso de espera e dependem fundamentalmente do fluxo das negociações e da definição de um interlocutor claramente definido para conduzi-las.

Antes da interrupção das negociações, a Petrobras e o governo boliviano, através da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YFPB), discutiam a assinatura de um memorando de entendimento contendo diversas linhas de ações incluindo sete áreas de cooperação e associação entre as duas empresas. Estes entendimentos significam associação nas refinarias, na exploração e produção de petróleo, cooperação na área de biocombustíveis, no desenvolvimento do mercado de gás natural, na conversão veicular de gasolina e diesel para gás e até na disseminação do uso do gás natural no setor residencial boliviano.

Informações do diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, porém, indicam que esses acordos só seriam levados adiante se os dois países concluírem de maneira favorável as negociações em curso. A Petrobras lembra, porém, que existe contrato assinado e em vigência com o governo da Bolívia até 2019, o que garante através do Gasbol a importação diária de 27 milhões de metros cúbicos de gás natural.

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