Petrobras aumentou produção e reduziu importações

Rio – Dois novos campos em produção e estagnação do consumo interno foram os responsáveis pelo bom desempenho da balança comercial do setor de petróleo em 2005, apontam especialistas. No ano passado, a Petrobras conseguiu agregar 300 mil barris por dia à produção nacional, com a entrada em operação das plataformas de Barracuda e Caratinga, na Bacia de Campos, sem que o consumo crescesse na mesma proporção. Para este ano, a companhia espera atingir a auto-suficiência na produção nacional, com a entrada da plataforma P-50, que vai extrair 180 mil barris por dia do campo de Albacora Leste, também em Campos.

Em 2005, o setor ainda fechou com déficit comercial de cerca de US$ 2,8 bilhões, mas as exportações apresentaram crescimento considerável, de 58,4%, e a expectativa é de que a tendência se mantenha, diz o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. A produção nacional cresceu 12% até novembro (último dado disponível), enquanto o consumo patina no 1% de crescimento, o que reduz a necessidade de importações, lembra o consultor Leonardo Campos Filho, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE).

Além disso, destaca o consultor, a Petrobras vem investindo cerca de US$ 1 bilhão por ano em modernização de refinarias e necessita cada vez menos de petróleo importado para produzir os derivados consumidos no Brasil. Atualmente, segundo dados da própria estatal, cerca de 80% do petróleo das refinarias nacionais é produzido no País. "A troca de óleo importado por nacional tem um impacto imenso, já que a produção brasileira tem grandes volumes de petróleo pesado, mais barato no mercado internacional", avalia.

Em 2006, a Petrobras inicia as operações da P-50 e da P-34 do campo de Jubarte. Essas plataformas devem garantir um nível de produção superior ao consumo nacional, hoje em torno dos 1,8 milhão de barris por dia. O campo de Golfinho, na bacia do Espírito Santo, também deve ser posto em operação, o que permite uma redução das importações de óleo leve, necessário para a produção de derivados mais nobres, como o diesel.

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