Pesquisadores querem genética no SUS

Os sul-coreanos Woo-Suk Hwang e Seung Keun Kang, líderes de um grupo de cientistas que recentemente obteve células-tronco de um embrião clonado, são os principais convidados do 17º Congresso Brasileiro de Genética Clínica, a ser aberto hoje à noite, em Curitiba. Os avanços das pesquisas com células-tronco e as perspectivas de uso terapêutico estarão na ordem do dia. Mas um dos objetivos dos organizadores do encontro é ampliar a discussão sobre a inclusão da genética no Sistema Único de Saúde (SUS).

"Em janeiro do próximo ano estará no SUS", diz esperançoso o presidente do congresso, geneticista Salmo Raskin. Segundo ele, a genética permeia praticamente toda a vida da pessoa, mas o acesso ainda é restrito. "Um exame de cromossomo para detectar a síndrome de down, por exemplo, se não tiver dinheiro ou um plano de saúde não se consegue fazer", lamenta. Uma das mesas deverá discutir o assunto, com a presença de representantes do Ministério da Saúde, com quem a questão vem sendo tratada há cerca de um ano.

A presença de 26 palestrantes estrangeiros, muitos deles europeus, também abre possibilidades para que sejam feitas parcerias científicas. "Já tem muita gente conversando pelos corredores. Vão sair centenas de cooperações." De acordo com Raskin, a Comunidade Européia está numa corrida para "empatar o jogo" com os Estados Unidos nas pesquisas com genoma e para isso aposta nas parcerias.

A recente aprovação da lei de Biossegurança trouxe boas perspectivas para os pesquisadores brasileiros. Tanto que os congressos anteriores tinham uma média de 400 participantes. Este ano devem ser 2 mil. Em simpósios paralelos ao congresso, que termina sábado, a genética será abordada de modo interdisciplinar, discutindo-se sua relação com fisioterapia, enfermagem, nutrição, psicologia, clínica médica, educação e mídia, entre outros.

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