Pesquisa aponta que computador chegou à classe C

A instituição de medidas como a MP do Bem e o programa Computador para Todos motivou a compra do primeiro aparelho por muitos brasileiros. Segundo dados da consultoria IT Data, contratada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), do total de compras de PCs realizadas no primeiro semestre de 2006, 61% foram de consumidores que adquiriram um computador pela primeira vez. Em 2005, esse índice foi de 55%.

Na avaliação da entidade, as vendas de computadores começam a atingir consumidores da classe C. "Consumidores das classes D e E ainda não podem assumir uma prestação de R$ 60 por mês para adquirir um computador", explicou Ivair Rodrigues, da consultoria IT Data.

No caso de notebooks, 82% das compras foram feitas por pessoas que até então não tinham um desse tipo. "Em 2005, o preço mínimo de um notebook era R$ 3.700. Hoje, encontram-se notebooks por até R$ 2.600. É uma queda significativa", disse Rodrigues.

Segundo a Abinee, a isenção de PIS/Cofins promoveu uma queda de 9,25% no preço final dos computadores. Antes da medida, em 2005, do total de vendas de computadores de até R$ 2,5 mil, apenas 25% foram de computadores oficiais. Neste ano, 48% das vendas de computadores de até R$ 2,5 mil foram de fabricantes oficiais. Em relação aos notebooks, 64% das vendas em 2006 foram de fabricantes oficiais, ante 53% em 2005 e 49% em 2004. Atualmente as vendas oficiais são superiores às vendas do mercado cinza em quase todos os segmentos de preços (exceto na faixa de até R$ 2.500): 61% para PCs de até R$ 2.999, 57% para PCs entre R$ 3.000 e R$ 3.999, 73% para PCs de R$ 4.000 a R$ 4.999, 87% para PCs de R$ 5.000 a 6.999 e 99% para PCs acima de R$ 7.000.

Varejo

Segundo estudo da Abinee, enquanto no primeiro semestre de 2005 somente 13% das vendas de computadores eram feitas no varejo, nos primeiros seis meses deste ano o índice subiu para 22%. Apenas 10% das vendas de notebooks eram feitas por lojas. Hoje são 21%. "Cada loja dos grandes centros contratou duas pessoas especialmente para vender artigos de informática", disse Rodrigues. "Há mais profissionalismo na venda e as condições de pagamento são muito interessantes. Há quem parcele a compra em até 12 vezes sem juros. No mercado cinza, os computadores são vendidos em no máximo três parcelas.

As vendas de computadores cresceram de 2,5 milhões no primeiro semestre de 2005 para 3,6 milhões nos primeiros seis meses deste ano, um aumento de 43%. A estimativa é fechar o ano com vendas de 7,8 milhões de unidades, alta de 36% em relação a 2005. Atualmente, 17% das residências do País já possuem um computador o que totaliza 21 milhões.

Os notebooks representam hoje 7,8% do total de computadores no País. Segundo a IT Data, serão 14,9% até 2009. "O notebook não vai substituir o desktop, mas vai ganhar espaço", disse o consultor.

Voltar ao topo