O preço de computadores pessoais no País deve subir 20% até o fim de setembro, segundo projeção da International Data Corporation (IDC). Os principais fatores para a alta do valor dos equipamentos são a oscilação do dólar e a retração das vendas, que no segundo trimestre ficaram 5% abaixo dos resultados obtidos nos primeiros três meses do ano.
De acordo com o analista da IDC Brasil Marcelo Quintãs, alguns fabricantes de PCs e de componentes eletrônicos já reajustaram os preços em até 20%. ?A tendência é de que aqueles que não repassaram a alta do dólar façam o reajuste nas próximas semanas?, diz o analista. E enquanto a cotação do dólar não estiver estável, acrescenta Quintãs, os preços devem continuar subindo.
Segundo a IDC, de abril a junho foram comercializadas no País 803 mil máquinas, entre desktops e notebooks, ante os 844 mil equipamentos vendidos no primeiro trimestre. A média histórica de crescimento de um período para o outro, de acordo com o analista da IDC, é de 10%. ?A média não se repetiu por conta da alta do dólar, da greve dos auditores fiscais da Receita Federal e pela procura por televisores no período da Copa?, explica.
A concorrência entre aparelhos de TV e computadores pessoais, segundo Quintãs, foi decisiva para a queda no volume de vendas. ?O mercado doméstico estava indo muito bem até abril mas houve substituição dos investimentos em maio e junho?, afirma o analista. ?Naqueles meses, a produção de monitores para TV também superou a de peças para computadores.?
A redução no volume de vendas no segundo trimestre pode indicar ainda que, pela primeira vez, o mercado nacional de PCs apresentará queda anual. ?Se o governo estivesse comprando bem, o quadro poderia ser revertido?, afirma o analista. ?Mas há apenas uma grande licitação anunciada (das lotéricas) e não há mais possibilidade de concorrências em razão da Lei de Responsabilidade Fiscal?, alerta.