Líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) deram um ultimato para a transferência dos 1.414 presos que estão amontoados na penitenciária de Araraquara, no interior de São Paulo. Segundo parentes dos detentos, o prazo termina hoje. Caso não seja tomada nenhuma providência, eles ameaçam realizar novos ataques contra as forças de segurança do Estado. Os alvos preferenciais seriam agentes de segurança do próprio presídio, das unidades da região e suas famílias
O governo já preparou uma operação para remanejar presos. Pelo menos 300 já poderiam ter sido soltos ou transferidos, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os detentos afirmam que já ocorreu pelo menos uma transferência, a do cirurgião plástico Hosmany Ramos, que cumpre pena por homicídio. Os presos contam que ele foi transferido, depois de criticar, em entrevistas por celular, a falta de atendimento médico e a má qualidade da alimentação no presídio
Greve – Mais uma vez os funcionários do sistema prisional de São Paulo cruzaram os braços em luto pela perda de mais um colega vítima dos ataques promovidos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Dessa vez foi pela morte do agente de segurança penitenciária Abner Machado Silveira, 51 anos. Ele foi assassinado anteontem, com um tiro no peito, quando vigiava um grupo de presos na região de Campinas, no Interior
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o protesto atingiu 20 das 144 unidades prisionais do Estado de São Paulo. Foram suspensas a entrega do "jumbo" (alimentos e produtos de higiene levado pelos parentes dos presos), visitas de advogados, apresentações judiciais , além do banho de sol. Os serviços essenciais como o de alimentação e de médico foram mantidos normalmente
A região mais afetada pela manifestação foi a região de Campinas. Ao todo pararam nove unidades prisionais. Entre elas, o Centro de Progressão Penitenciária Ataliba Nogueira, onde a vítima trabalhava
No mesmo dia da morte de Silveira, outro agente penitenciário foi alvo de atentado na mesma região. Lindomar Andrade da Silva levou três tiros no peito ao atender a campainha de sua casa, no bairro São Bernardo. Ele está hospitalizado
O Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp) marcou o protesto pela morte de Silveira para o próximo fim de semana, o que prejudicará as visitas dos parentes dos detentos. A SAP comunicou que não possui nenhuma notificação oficial sobre essa paralisação.