Vítima de golpe pela internet amarga prejuízo

Há seis meses a professora de Curitiba Irene Moreira Pedro acumula prejuízos que ultrapassam R$ 15 mil de empréstimos e pagamentos de contas que ela não fez. Irene teve a conta bancária invadida quando utilizava o site do banco na internet. Depois de solicitar o ressarcimento e registrar queixa na polícia, sem sucesso, a professora espera agora uma resposta da Justiça, onde ingressou pedindo a devolução dos valores e indenização.

A professora conta que só identificou o problema três dias depois, quando os golpistas já tinham contraído um empréstimo no valor de R$ 7,6 mil, e utilizado o limite para pagar contas de telefone. Irene ressalta que seguiu todas as recomendações do banco, mas mesmo assim não teve os valores devolvidos ou os empréstimos cancelados. O mesmo aconteceu com a polícia, que até hoje não teria dado retorno sobre a queixa. ?Nem o banco nem a polícia investigaram as contas e os telefones. Acho que isso seria o primeiro passo?, reclamou.

A história da professora é semelhante à de muitas pessoas que todos os dias são vítimas desse tipo de crime, afirma o delegado do Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos, Demetrius Gonzaga de Oliveira. Segundo ele, em todos os casos, são abertos inquéritos para a investigação, que acabam demorando porque é necessario a coleta de muitos dados. ?Além do depoimento da vítima e coleta de provas, solicitamos ao banco que nos envie todos os dados das transações. Quando a instituição não envia, precisamos pedir isso via judicial, o que nem sempre é rápido?, disse. Para tentar ajudar nas investigações, o delegado alerta que é preciso imprimir o extrato do banco onde aparecem as transações.

Cuidados

Utilizar a internet para compras e pagamentos é seguro, desde que se tomem cuidados, garante o consultor e professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Leandro Batista de Almeida. ?Os bancos informam com exaustão que não enviam e-mails pedindo dados e senhas. Além disso, é preciso cuidar com a abertura de mensagens desconhecidas, e nunca abrir as enviadas em nome do Serasa, Sedex ou Receita Federal?, disse. Também, é preciso manter os programas antivítus atualizados para evitar os spyware – programa que se instala na máquina e captura senhas.

Segundo Almeida, o que acontece com freqüência são os pishing, que criam páginas ou e-mails clones de empresas e que fazem o usuário acreditar que está no site do banco ou de compras. Esse mesmo sistema se instala no computador e observa quais telas o usuário abre com freqüência e faz uma cópia. ?Quando a pessoa entra na página clone ela indica erro, e normalmente a pessoa insiste. É nessa hora que os dados são capturados?, comentou. Uma dica nessa hora é verificar com atenção se o endereço do site está correto, e se apresentar uma letra trocada ou a mais, é clonada.

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