Violência amedronta Campina Grande

A violência vem tomando conta do bairro Jardim Paulista, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Arrombamentos a residências seguidos de incêndio e assaltos a estabelecimentos comerciais vêm amedrontando a população.

"Dá medo trabalhar no Jardim Paulista. No domingo retrasado, dois homens assaltaram uma das farmácias da rede em que trabalho, rendendo a funcionária do caixa e levando cerca de R$ 200. O negócio está feio. A insegurança é grande e faltam policiais nas ruas", diz o balconista da rede Biohsfarma de farmácias, Vivaldo Cassoti.

Segundo a comerciante Valquíria Costa Bezerra, na madrugada da quinta-feira passada, foram assaltados cinco estabelecimentos do bairro: seu aviário, aberto há apenas duas semanas, um mercado, uma escola, uma loja de gesso e uma loja de roupas. "Os ladrões entraram nos estabelecimentos na maior calma, pois sabiam que os policiais dificilmente passam pela frente dos locais. No meu aviário, misturaram os produtos comercializados no chão, levaram roupas e um rádio. Encontrei o local arrombado na manhã de quinta-feira. Chamei a polícia às 8h30, mas ela só chegou às 10h15. Me sinto desprotegida", afirma.

A residência da dona de casa Célia Regina Zila Hubner foi assaltada no último dia 7 de fevereiro. Depois de pegar alguns eletrodomésticos, os assaltantes atearam fogo na casa, provavelmente na tentativa de eliminar pistas. "Eu, meu marido e minha filha estávamos fora de casa e ficamos só com a roupa do corpo. Nossa casa havia sido construída há apenas três anos, com muito suor. Agora, até que possamos restaurá-la, estamos pagando aluguel", conta.

Prefeitura

A prefeita de Campina Grande do Sul, Nelise Cristiane Dalprá, revela que o bairro Jardim Paulista abriga cerca de 50% dos 45 mil habitantes do município, sendo tanto comercial quanto residencial. De acordo com ela, seis invasões a residências seguidas de incêndio já aconteceram na região desde o início de janeiro. Porém, apenas dois casos foram levados até a polícia. "As pessoas têm medo de denunciar. Acreditamos que os atos tenham sido cometidos por adolescentes, mas até agora nada foi feito. Falta efetivo policial no município", declara.

O superintendente da delegacia de Campina Grande do Sul, José Carlos França, confirma que dois casos de incêndio foram registrados (o da casa de Célia e o ocorrido em uma videolocadora), mas diz desconhecer os outros quatro citados pela prefeita. "Estamos realizando investigações dos casos. No último sábado, fizemos averiguações em vários estabelecimentos comerciais do município com o objetivo de coibir o uso de armas e drogas, fazer verificações de alvarás de funcionamento e saber se o horário de fechamento dos bares estava sendo respeitado". No município, os bares devem fechar suas portas às 23h em dias úteis e à meia-noite em finais de semana.

PM alega falta de efetivo

O chefe da comunicação social da Polícia Militar do Paraná, tenente-coronel Mauro Pirolo, informa que a falta de efetivo policial não é uma realidade presente apenas em Campina Grande do Sul, mas em diversos municípios do Estado. Para solucionar o problema, "existe uma proposta de completar o efetivo nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba e do interior do Paraná. Município por município estarão sendo analisados e os que tiverem poucos policiais serão agraciados com uma quantidade maior. Tudo vai depender da inclusão e formação de novos policiais". Ainda não há data prevista para que a proposta seja colocada em prática.

Já a Secretaria de Estado da Segurança Pública, através de sua assessoria de imprensa, explica que o secretário Luiz Fernando Delazari já realizou uma reunião com a prefeita Nelise Cristiane Dalprá para discutir questões referentes à violência e falta de efetivo policial. O secretário determinou reforço no policiamento do município, a troca imediata do efetivo policial e um número maior de rondas em toda a cidade. Além disso, uma equipe do departamento de Infra-estrutura da Polícia Civil fará uma avaliação para verificar as condições da Delegacia de Campina Grande do Sul. Caso seja necessário, uma reforma será feita no local, para que a população possa ser melhor atendida. (CV)

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