Vazão do Rio Iguaçu é a menor em 75 anos

O Rio Iguaçu apresenta a menor vazão – quantidade de água que corre por segundo – de suas águas dos últimos 75 anos, no trecho que corta o município de União da Vitória, no sul do Estado. A informação é da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), que reforçou o monitoramento da vazão dos rios durante o período de estiagem no Paraná, em onze bacias hidrográficas.

?Este trabalho é desenvolvido em algumas estações desde 1930 e, agora intensificado, aponta médias históricas de baixo volume de água nunca vistas?, alerta o presidente da Suderhsa, Darcy Deitos. ?O Rio Iguaçu apresentou uma vazão média de 44 metros cúbicos por segundo em junho e agora subiu para 82, sendo que a vazão normal é de 466 metros cúbicos por segundo?, explica Darcy. Segundo ele, a situação preocupa, pois os reservatórios das hidrelétricas estão baixando.

O manancial de abastecimento do Altíssimo Iguaçu, que atende Curitiba e Região Metropolitana, é o mais crítico em relação às conseqüências dos baixos volumes de água dos rios. ?Está ficando abaixo de sua mínima histórica?, acrescentou.

Para o diretor de Recursos Hídricos da Suderhsa, Emílio Trevisan, o Paraná conta com uma das melhores tecnologias do Brasil para monitoramento da vazão dos rios, e estes dados auxiliam na previsão de quando ocorrerá uma seca e quanto tempo durará. ?É uma estimativa que auxilia na precaução e redução no consumo de água durante períodos de estiagem para que não haja necessidade de suspender o abastecimento?.

Os técnicos da Suderhsa continuarão fortalecendo o monitoramento para prever possíveis racionamentos. ?Pode acontecer, mas o governo do Paraná já está prevenido para uma ação emergencial caso seja necessário. O Rio Alto Iguaçu já está sendo perfurado para formar cavas para o abastecimento de água?, revela Deitos.

A Suderhsa tem 750 estações de monitoramento pluviométricas – que medem a quantidade de chuva nas margens dos rios – e fluviométricas – que medem quantidade de água nos rios. O monitoramento diário é feito por 650 observadores que fazem as leituras de chuva e cotas de rio em uma área de, aproximadamente, 615 quilômetros quadrados. Outros 28 hidrometristas aferem o volume de água em determinados pontos de um rio.

Energia

Segundo a Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel), o Estado está recebendo cerca de 60% da energia que consome da região Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Os reservatórios das hidrelétricas paranaenses estão com cerca de 30% da sua capacidade. Segundo a estatal, esse recebimento é normal no sistema, que vai se adequando de acordo com a hidrologia de cada região. O restante da eletricidade consumida no Paraná está sendo gerada através de termelétricas.

Já na Hidrelétrica de Itaipu, a assessoria de imprensa informa que o reservatório da represa está cheio, e a vazão do Rio Paraná está próxima do normal, já que sua bacia é abastecida por rios de outros estados. Mas, metade da energia produzida por suas turbinas – cerca de 5 mil megawats – está sendo utilizada apenas para abastecer a região sul do Brasil.

Voltar ao topo