Unidades de saúde em Piraquara estão comprometidas

As nove unidades de saúde de Piraquara estão com atendimento reduzido para a população devido as demissões que ocorreram nas últimas semanas. Médicos, dentistas e auxiliares contratados pelo Processo de Seleção Simplificado (PSS) foram mandados embora. Muitos reclamam ainda da falta de pagamento.

Ao total, foram 19 funcionários dispensados da saúde básica: um médico, sete dentistas, uma enfermeira, seis auxiliares de enfermagem e quatro auxiliares de odontologia. Segundo o coordenador da Atenção Básica do município, Dirceu Klitzke, esses profissionais serão substituídos por outros após realização de concurso público, previsto para ocorrer em janeiro. Até lá, Klitzke admitiu que a população enfrentará problemas.

Dos cerca de 300 funcionários da saúde em Piraquara, hoje, 170 não passaram por concurso, quadro que o governo municipal pretende modificar em breve. A informação sobre a data do concurso não foi confirmada pelo presidente da Câmara de Vereadores, Leonel Castro (PMDB). ?Primeiro temos que aprovar o orçamento para o ano que vem. Não adianta fazer o concurso e não ter verba para pagamento?, declarou.

Os cortes foram feitos pensando-se na redução da verba repassada pelo governo federal, que leva em conta a contagem da população feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou 81.313 habitantes em Piraquara neste ano. A estimativa é que o município perca no mínimo R$ 375 mil na área da saúde.

Transtornos

O único dentista da Unidade de Saúde (US) Dr. Takami Tano, Ricardo Abdala, está cumprindo aviso prévio e trabalha até quarta-feira que vem. ?Cortar gastos da saúde básica é ignorância. Haverá agora um atendimento emergencial, que não supre a demanda todos os dias nem o dia todo?, criticou o dentista, que hoje atende de 20 a 25 pessoas por dia no local.

O descontentamento da população com as mudanças é grande. ?Já é pouco o que temos aqui e ainda querem tirar o que já existe. Não é justo com quem precisa da saúde pública?, reclamou Elizete Aparecida Glinski, que aguardava atendimento na unidade. ?Está faltando humanidade dessa administração, que acha que pode tratar as pessoas carentes de qualquer forma?, acusou Marina Munhoz Blanco, outra paciente.

Pagamentos

A auxiliar de enfermagem Ana Cláudia Assis contou que foi dispensada do trabalho no dia 26 de outubro, tendo trabalhado desde 12 de setembro sem receber. ?Muitos profissionais contratados como eu estão recebendo menos do que deveriam, assim como os agentes comunitários?, disse.

Voltar ao topo