Problema continua

Recém-reformado, trapiche da Ilha do Mel passará novamente por obras após desabamentos

Recém-reformado, mas ainda com problemas constantes – foram dois desabamentos desde o começo de 2019 e uma interdição pela Capitania dos Portos da Marinha –, o trapiche da Praia de Brasília, na Ilha do Mel, vai passar por mais uma reforma. Desta vez, os trabalhos serão orientados pela Associação dos Portos do Paraná (Appa) dentro do programa de renovação dos trapiches no litoral do estado. O comunicado sobre a reforma foi divulgado no último mês de março e contradiz a afirmação do Instituto Ambiental do estado (IAP), que recentemente apresentou um plano emergencial para dar conta dos embarques e desembarques “até a Appa construir um novo trapiche”.

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A informação de uma nova estrutura na Praia de Brasília foi repassada pelo IAP, responsável pelo trapiche, já que a Ilha do Mel é uma área de preservação, como resposta ao mais novo problema denunciado pelos moradores. No começo de abril, a plataforma – que já havia cedido no Réveillon e apresentado vários outros problemas antes disso – despencou e cedeu pelo menos cinco metros.

Embora reconheça que há problemas maiores com o trapiche, o IAP expôs um plano emergencial que consiste na instalação de uma nova estrutura flutuante ao lado para o embarque e desembarque de passageiros “até a Appa construir o novo trapiche” – o que não foi confirmado pela Associação dos Portos.

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Segundo a entidade que administra os portos, os dois trapiches a Ilha do Mel (Brasília e Encantadas) serão reformados. No caso de Brasília, sem contar com o processo de dragagem que ainda continua, a última reforma foi completamente concluída há apenas cinco meses, depois de dois anos de trabalho e dez aditivos no contrato que elevaram os custos da obra de R$ 325 mil para R$ 374,2 mil.

No mesmo programa da Appa, também serão reparadas as estruturas das comunidades de Amparo, Europinha, Eufrasina, Ilha do Teixeira, Piaçaguera, Rocio e Vila Maciel, todas em Paranaguá. A Appa só vai construir novos trapiches em Ilha dos Valadares em Paranaguá, na Vila dos Pescadores de Pontal do Paraná e na Ponta da Pita e no Portinho, ambas em Antonina.

O valor investido nesta etapa será de R$ 1,4 milhão, em recursos próprios da autoridade portuária, que não informou uma data para o início dos trabalhos, mas ressaltou que o prazo para entrega dos projetos é de 270 dias a partir do momento em que a ordem de serviço for assinada.

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Transtornos

A reportagem tentou uma entrevista com responsáveis do IAP para esclarecer pontos em relação ao trapiche da praia de Brasília que vêm sendo questionados por turistas e moradores, mas o pedido não foi atendido.

Por meio de nota, o IAP justificou que os contratempos que seguiram comprometendo a plataforma mesmo durante e após a reforma decorreram de um transtorno na fase final do cronograma, na qual foram corrigidos danos na parte flutuante.

Segundo diz o texto, no estágio final dos trabalhos foi constatada a necessidade de uma dragagem para garantir o funcionamento correto do trapiche, mas os cabos e as correntes que mantiveram a estrutura suspensa durante a retirada da areia foram extraviados. Isso fez com que fez com que a plataforma retornasse para seu nível normal e voltasse a ser utilizada normalmente, mesmo com a obra incompleta, provocando danos nas peças metálicas e no piso que comprometeram a flutuabilidade correta da passagem.

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Ainda de acordo com o IAP, os estragos foram reforçados pelo movimento das marés e pela “grande deposição de cargas diversas (bebidas, gêneros alimentícios entre outros) sobre a plataforma” no fim de 2018.

O IAP também afirmou reconhecer os problemas no trapiche da praia de Brasília. “Hoje existe a necessidade de suspender a plataforma e consertar novamente os flutuantes, os roletes e as peças metálicas, além de uma nova dragagem da bacia de evolução e colocação de estrutura de barreira de contenção que impeça a volta do assoreamento de material arenoso no local”, explica a nota.

Mesmo após a reforma, órgão também acrescentou a necessidade de instalar outra estrutura náutica flutuante paralela à plataforma flutuante, para que tenha continuidade o serviço de embarque e desembarque de passageiros tenha de forma segura.

A pasta não se manifestou a respeito de a Appa negar que vai construir uma nova estrutura para substituir a danificada.

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