Transporte urbano corre risco de apagão

Discutir alternativas para a mobilidade como um todo em Curitiba é a intenção do II Seminário de Transporte Público, que começou ontem na Câmara Municipal de Curitiba. Mais do que debater alternativas de transporte coletivo, o evento aborda a questão da melhoria do tráfego e da inclusão de pedestres e ciclistas.  

O arquiteto Nazareno Affonso, coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público e membro da Associação Nacional do Transporte Público (ANTP), em Brasília, definiu as discussões como a busca de ?medidas para se ter uma mobilidade cidadã, que seja voltada à população e não ao automóvel?. Para Affonso, se não forem tomadas medidas imediatas para resolver a questão do transporte nas grandes cidades, pode haver um ?apagão?.

Entre as possíveis soluções expostas por Affonso está o pedágio urbano. Segundo ele, isso poderia ser feito de duas formas: uma como uma taxa a mais que as pessoas pagam nas tarifas dos estacionamentos privados nas regiões de mais movimento ou o próprio pedágio nas regiões mais caóticas. ?Mas daí a renda tem que voltar para o transporte público.?

O especialista afirmou que os espaços destinados a estacionamentos nas vias também deveriam ser destinados a ciclovias, aumento de calçadas ou faixas especiais para o transporte público. Affonso afirmou que não conhece a fundo a realidade de Curitiba, mas disse que um primeiro passo para a cidade seria achar uma forma de os veículos de transporte público que transitam fora das canaletas serem mais ágeis.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Funcionários no Transporte Coletivo em Curitiba, Valdir Mestriner, a cidade precisa de mais vias exclusivas para os veículos do transporte público, sinaleiros mais sincronizados e retirar os ônibus dos gargalos de trânsito.

O seminário está sendo organizado pela bancada do PT da Câmara de Curitiba. Segundo a vereadora Professora Josete (PT), a intenção é ampliar a mensagem que o prefeito Beto Richa (PSDB) que pede autorização para reformulação do transporte público em Curitiba, para que ?atinja não só o transporte coletivo, mas uma dimensão maior de mobilidade, discutindo a questão do carro, do metrô, do uso da bicicleta?.

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