Transporte de crianças exige cuidados

Os dados dos abusos no transporte de crianças dentro dos automóveis em estradas são alarmantes. A Rodovia Integrada do Paraná (Viapar), em um levantamento recente dos carros que passam pelas praças de pedágio da concessionária, constatou que 13% das crianças viajavam no banco dianteiro e 46% sequer estavam presas ao cinto de segurança. Outros 52% viajavam no banco dianteiro, no colo de um adulto, também sem cinto. No banco traseiro, 65% estavam sem cinto, 18% no colo e apenas 17% estavam sendo transportadas corretamente, na cadeirinha.

Segundo Nevton Bringmann, coordenador médico da Viapar, a falta de conscientização dos pais é o que acaba motivando os atos irresponsáveis. Por isso, a Viapar se une hoje à Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e à uma concessionária de veículos para fazer um trabalho educativo. ?Desde 2004 fazemos esse trabalho conjunto, parando os carros em um dia do ano e mostrando como transportar as crianças de modo correto. Também fazemos trabalho de panfletagem, durante todo o ano, com orientações de transporte infantil?, ressalta.

Para a coordenadora da organização não governamental (ONG) Criança Segura, Alessandra Françóia, os números alarmantes são reflexo da falta de uma legislação mais rígida. ?O código é muito genérico. Fala apenas que crianças com menos de 10 devem usar o cinto ou dispositivo de segurança, sem especificar qual?, diz. Segundo ela, há um projeto de lei sendo analisado, que vai exigir o uso da cadeirinha para criança com menos de 4 anos. ?Havendo uma legislação mais específica e punição para o não-cumprimento dela, certamente o descuido vai diminuir.? Ela lamenta a falta de tomada de medidas preventivas pelos pais. ?As pessoas acham que nada vai acontecer aos filhos delas, mas os números dos acidentes mostram que as crianças são muito vulneráveis. O transporte correto reduz os danos às crianças em 71%?, diz Alessandra.

Assim como os agentes da Viapar, a ONG Criança Segura faz um firme trabalho de conscientização, mas direcionado às próprias crianças, pois são elas que muitas vezes insistem em viajar no banco da frente ou ficar fora das cadeirinhas. ?Nós trabalhamos também com os pais, mas a prioridade é a criançada. Vamos até as escolas para mostrar como funcionam os equipamentos de segurança e como eles são importante para garantir a integridade das crianças.? A intenção não é só que as crianças transmitam os ensinamentos aos próprios pais, como também que elas sejam responsáveis também com os futuros filhos. 

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