Terminal “fantasma” em São José dos Pinhais

Ainda não passa nenhum ônibus no terminal de São José dos Pinhais, inaugurado no dia 1.º deste mês. Um impasse entre a prefeitura da cidade e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) para que haja integração das linhas locais com a Rede Integrada de Transportes de Curitiba (RIT), somado à falta da conclusão de estudos para modificar a rota dos ônibus locais, faz com que a obra de R$ 5 milhões ainda não esteja disponível para os moradores da cidade.

“O terminal precisava ser inaugurado porque a empresa que construiu tem interesse em entregar para o Estado que, por sua vez, quer entregar para o município, ainda que não estivesse em operação. Tentamos organizar nosso sistema, mas não podemos onerá-lo para aceitar o cavalo de Tróia que é esse terminal”, afirma Paulo Chiesa, secretário de Urbanismo da prefeitura de São José dos Pinhais.

Na cidade passam 86.505 passageiros por dia nas linhas centrais e 33.802 nas linhas da região norte. São três linhas metropolitanas que passam em terminais de Curitiba, dentre elas o Ligeirinho Barreirinha/São José, e mais de dez que vão de bairros de São José até o Terminal do Guadalupe, na capital, sem integração.

Quem mora em bairros distantes do Centro de São José precisa pegar um ônibus perto de casa, descer na Praça Getúlio Vargas e pagar nova passagem para embarcar no Ligeirinho, por exemplo, se precisar ir até algum terminal de Curitiba. Para evitar situações como essa, a prefeitura de São José negocia com a Comec a possibilidade do terminal novo integrar as linhas.

“Teríamos que pagar R$ 700 mil para ter a integração com a RIT. Porém, já está em fase de preparação uma licitação em Curitiba que pode mudar essa situação. Quando ela for concluída, se houver convênio com a Comec, conseguiremos essa integração”, explica Paulo.

Cerca de um terço das 29 plataformas construídas no terminal novo foram planejadas para receber os ônibus da integração. Justamente por ter mais ônibus locais do que integrados, Alcidino Bittencourt Pereira, coordenador da Comec, acredita que o terminal já poderia estar funcionando independente da integração. O secretário concorda. “Estamos fazendo todos os esforços para liberar as operações do terminal nem que seja só com as linhas locais. O problema é que são quatro quadras entre o terminal antigo e o novo e estamos há seis meses estudando as novas rotas das linhas”, afirma.

Para Alcidino, o interesse dessa gestão da prefeitura de São José fará a diferença para conseguir a integração. “Os prefeitos anteriores não tinham interesse em promover a integração porque acreditavam que o comércio local seria prejudicado. A visão agora é diferente e acreditamos que a integração será possível”, garante.

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