Integrantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Comunicações Postais e Similares do Paraná promoveram durante todo o dia de ontem uma manifestação em frente à sede dos Correios, em Curitiba, para protestar contra a indicação de Abraão Miguel Fade Neto para assumir a Diretoria Regional da empresa no Paraná, no lugar de Luiz Carlos Werner. Oito pessoas iniciaram uma greve de fome e prometem ficar sem comer até que haja a garantia de que Abraão não vá assumir o cargo.
O carteiro e diretor-geral do sindicato, Dany Alexandre Pereira, que aderiu à greve de fome, diz que 99% dos 5 mil funcionários dos Correios no Paraná não querem que Abraão assuma como diretor regional. Segundo ele, em 1990, o indicado foi gerente de suprimento dos Correios e, no cargo, prejudicou muitas pessoas, indo contra os interesses dos trabalhadores. “Ele demitiu muita gente e sempre se mostrava indiferente às reivindicações e problemas dos funcionários dos Correios”, acusa. “Está todo mundo com muito medo que ele assuma a diretoria e acabe provocando uma guerra interna na empresa.”
Dany acusa Abraão de, também no ano de 1990, ter desviado correspondências postadas pelo então candidato a deputado Aírton Cordeiro. “Uma série de fraudes e irregularidades é atribuída a Abraão”, diz. “Não podemos admitir que uma pessoa assim assuma a diretoria regional. Queremos que o cargo seja ocupado por alguém interessado em defender os direitos dos trabalhadores.”
O nome de Abraão teria sido indicado pelo Ministério das Comunicações. Os integrantes do sindicato reivindicam o direito de poderem participar da escolha do novo diretor. “Temos nomes a indicar e muitas propostas para melhorar as condições de trabalho dos funcionários dos Correios”, revela Dany. Ontem, no portão principal da sede dos Correios, o sindicato organizou um abaixo-assinado e convidou todas as pessoas que são contra a indicação de Abraão a assinarem.
Correios
A assessoria de imprensa dos Correios do Paraná informou que a empresa não se manifestará sobre o protesto do sindicato e ressaltou que a indicação do nome do novo diretor regional ainda não é oficial. Abraão não foi encontrado para responder às acusações.