Não vai ter paralisação

Servidores da Urbs rejeitam proposta e desistem de greve

A votação dos funcionários da Urbs foi apertada, mas por 195 votos contra 114 foi decidido pela não adesão à paralisação, marcada para a próxima segunda-feira. Com o cancelamento do indicativo de greve, a empresa apresentou uma proposta de 6,5% de reajuste salarial – o que representa aumento real de 0,69%. A proposta desagradou a maioria dos trabalhadores, que votaram pela rejeição. A paralisação foi remarcada para o próximo dia 23.

A assembleia marcada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (Sindiurbano-PR) foi realizada ao lado da sede da Urbs, na noite de ontem. O presidente Valdir Mestriner explicou que a empresa se comprometeu a apresentar uma proposta de aumento real somente se o indicativo de greve fosse cancelado. A proposta anterior, feita na terça-feira, foi rejeitada pelos trabalhadores, pois somente foi oferecida a reposição da inflação no período, de 5,81%.

O sindicato informou ainda que na tarde de ontem recebeu uma liminar expedida pela Justiça a favor da Urbs, que determina que as atividades essenciais para organizar a Copa em Curitiba devem ser mantidas. Isso significa que, nos dias de jogo na capital (16, 20, 23 e 26 de junho), pelo menos 80% dos funcionários de cada uma das carreiras deve trabalhar e, nos demais dias, esse percentual deve ser de 50%. O descumprimento da medida resultaria em uma multa de R$ 100 mil por dia ao sindicato. A liminar foi interpretada por grande parte dos trabalhadores como “pressão psicológica” por parte da empresa. De acordo com Valdir, a assessoria jurídica do sindicato vai recorrer à decisão.

Depois da votação pelo cancelamento da paralisação, os diretores do sindicato receberam da Urbs a nova proposta, que foi novamente rejeitada. Além do aumento real de 0,69%, a empresa ofereceu a alteração no abono natalino, de R$ 353 para R$ 451; no vale-alimentação, de R$ 820 para R$ 902; revisão do plano de cargos e salários; e outros benefícios reivindicados pela categoria.

Adiada

O presidente do sindicato explicou que, em caso de decisão pela paralisação, deve ser comunicado à Urbs com 72 horas de antecedência, o que corresponde à próxima quinta-feira. A categoria então optou por organizar uma nova assembleia no dia 23. Caso a empresa apresente outra proposta, haverá nova votação. Em caso negativo, será iniciada a greve, por tempo indeterminado.

Marlise Aparecida Rodrigues, 40 anos, é a favor da greve. Ela trabalha há cinco anos como agente de apoio à manutenção e acredita que as condições em que trabalha não condizem com o salário recebido. “Me mato de trabalhar no sol e na chuva, me arrisco mexendo com elétrica e nunca dão aumento”, desabafou.

Para o funcionário Alexandre Pinheiro, a greve só não foi aprovada ontem em virtude do local onde foi feita a assembleia. “Foi desfavorável, porque está ao lado da empresa e muitas pessoas ficam coibidas, com medo de sofrerem represálias”, opinou.

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