Segmentos vulneráveis discutem discriminação

Representantes dos segmentos mais vulneráveis da sociedade, como afrodescendentes, gays, lésbicas, portadores de necessidades especiais e mulheres, participaram, ontem, de um encontro na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para discutir ações de combate à discriminação. No fim deste mês, também será criado um Conselho Consultivo de Combate à Discriminação, que vai orientar as ações da DRT e trabalhar pela conscientização da sociedade.

A delegada substituta do Trabalho, Leila Maria Raboni, explica que esses grupos têm mais dificuldades para conseguir um posto de trabalho, ou permanecer nele, devido a discriminação que sofrem. Para mudar essa realidade, a DRT vem organizando encontros com entidades que representam essas minorias para ouvir as suas necessidades e saber que ações devem ser implantadas.

O evento faz parte de uma série de atividades que a DRT vem organizando há duas semanas. ?Estamos fazendo uma interlocução com diversas representações governamentais, não governamentais e sociedade civil organizada, objetivando a efetividade de políticas para o mercado de trabalho e promoção da igualdade de oportunidades?, comenta Leila.

Para a delegada substituta, o conselho consultivo que será criado no fim deste mês terá um papel muito importante no processo. Ele vai reunir vários setores da sociedade e uma das suas primeiras atividades será ajudar na elaboração do calendário de atividades do Núcleo de Combate à Discriminação da DRT para 2007. Além de fiscalizar o problema, o núcleo vai desenvolver ações de conscientização.

A DRT também vem firmando parcerias com órgãos governamentais e instituições acadêmicas para combater o problema. Entre elas, uma parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para eliminar a discriminação de pessoas com aids, no local de trabalho.

Antonia Passos de Araújo, do Fórum Popular de Mulheres, participou do encontro ontem e está otimista. ?Pela primeira vez fomos chamados para discutir a situação. É um espaço a mais para que possamos avançar?, diz. Segundo ela, hoje 40% das mulheres ganham menos do que os homens, mesmo desempenhando as mesmas funções.

Segundo Leila, em 1958 a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou a Convenção 108 pedindo o combate à discriminação. Em 1968 ela foi ratificada pelo Brasil, mas só começou a sair do papel em 1997. Na DRT os trabalhos neste sentido começaram em 2001.

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