Sanepar deve confirmar volta do rodízio

O rodízio no racionamento de água em Curitiba e Região Metropolitana deve recomeçar às 14h de hoje, afetando o grupo 5 (parcialmente os bairros Cajuru e Uberaba e o município de São José dos Pinhais, e integralmente os municípios de Pinhais e Piraquara) com o corte no fornecimento. A confirmação da Sanepar sobre o possível corte no fornecimento vai acontecer na manhã de hoje, quando será analisado o volume de água sobressalente que ainda resta na bacia incremental após o acúmulo do final de semana. Como a previsão do Instituto Tecnológico Simepar é que só volte a chover na sexta-feira, a tendência do retorno do rodízio é forte.

Segundo o gerente operacional para Curitiba e Região Metropolitana, Antonio Carlos Gerardi, o controle do sistema está sendo feito rigorosamente e se for confirmado o restabelecimento do rodízio, será por medida estratégica. ?Queremos manter as barragens fechadas o maior tempo possível para manter os níveis para uma emergência?, diz. As chuvas de quinta-feira e sexta-feira permitiram o fechamento das barragens de Piraquara 1 e do Iraí, que apresentaram um leve acréscimo no volume de água devido à precipitação. ?Interrompemos o racionamento e passamos a utilizar a bacia incremental para não desperdiçar a água que seguiria o curso do Rio Iguaçu?. Agora, com a redução do volume da bacia incremental, a empresa já acionou as dragas para retirar águas das cavas.

Economia

Ontem completou-se um mês desde que o racionamento foi implantado em Curitiba e Região Metropolitana. De lá para cá, a Sanepar registrou uma redução significativa no consumo de água, confirmando a eficiência da estratégia. ?Antes do racionamento, quando já havíamos começado a campanha de economia, a população conseguiu atingir 8%. Com o corte de fornecimento, a economia já é de 22,02%?, diz Gerardi.

Em números exatos, a produção média da Sanepar antes do racionamento e no período de conscientização era de 430 mil metros cúbicos. No período do corte, o volume caiu para 376 mil metros cúbicos. ?Com a interrupção do rodízio, a produção subiu para 407 no dia 2, e para 418 no dia 3, o que é natural com a liberação?, diz. Porém ele ressalta a importância da colaboração da população. ?É necessário continuar economizando?.

Cataratas

Não foi somente para a suspensão temporária do racionamento que as chuvas que atingiram o Paraná no final da semana passada foram representativas. Um dos cartões-postais mais atrativos do Estado, as Cataratas do Iguaçu, voltaram a apresentar toda a força das quedas formadas nos paredões.

Como choveu significativamente na Serra do Mar, onde nasce o Rio Iguaçu, o volume de água na região aumentou. Segundo informações do setor de hidrologia da Itaipu Binacional, a vazão do Rio Iguaçu no trecho das Cataratas passa dos 900 metros cúbicos por segundo, três vezes mais do que nos últimos dois meses, marcados pela forte estiagem. Porém a tendência é de que o volume se reduza um pouco nos próximos dias, já que chuvas para a região de Curitiba, onde nasce o Iguaçu, só devem retornar na sexta.

Ressaca no litoral e muito trabalho no oeste do Paraná

Elizangela Wroniski

Foto: Copel/Divulgação

Recuperação das torres.

O mar ficou agitado ontem à tarde no litoral do Estado. Em Matinhos, os pescadores tiveram que tirar as canoas da beira da praia para que não fossem arrastadas pelas ondas. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, a ressaca foi causada por um ciclone extra-tropical que está há 400 quilômetros do litoral do Uruguai. As ondas ocuparam toda a faixa de areia e os pescadores tiveram que afastar as canoas do local. O ciclone se formou no último sábado sobre o continente e aos poucos foi se afastando em direção ao oceano. Os ventos de até 100 quilômetros por hora estão girando no sentido horário e empurram as ondas em direção ao continente, mas a previsão é que hoje o mar volte a ficar calmo.

Estragos

Na região oeste as prefeituras ainda continuam trabalhando para consertar e limpar os estragos causados pelo temporal da última sexta-feira. Em Toledo, cerca de 500 casas foram atingidas. O Corpo de Bombeiros, em conjunto com o Provopar, distribuiu 10 mil metros de lona para o atendimento emergencial. Agora a Defesa Civil está fazendo um cadastramento para a distribuição de telhas para famílias carentes.

O teto do terminal rodoviário intermunicipal foi totalmente destruído e a empresa seguradora está fazendo o levantamento dos estragos. A estrutura também foi comprometida, mas não oferece riscos e o uso do local continua normal. As aulas foram suspensas na Escola Municipal Alberto Santos Dumont e no Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, que dividem o mesmo prédio. O telhado das unidades foi danificado e ontem foram feitos os últimos reparos. As aulas voltam hoje ao normal para os cerca de 1.500 alunos. Em Cascavel, cerca de 200 casas foram danificadas, e em Marechal Cândido Rondon, outras 100.

Energia elétrica

Ontem voltou a operar uma das três linhas de transmissão de energia que foram prejudicadas com a queda de quatro torres da empresa Furnas Centrais Elétricas S.A, que leva a energia gerada em Itaipu principalmente para a região sudeste. Até o fim da semana as outras duas linhas voltam a funcionar com a substituição das outras torres. Segundo a hidrelétrica, o nível de produção ficará reduzido até o religamento das linhas, mas não prejudica o abastecimento.

Segundo a Copel, o mercado consumidor está sendo atendido normalmente, uma vez que as cargas supridas pelas linhas avariadas foram remanejadas e transferidas para outros circuitos.

Os fortes ventos também atingiram as redes de distribuição de energia elétrica, provocando interrupções no fornecimento de mais de 250 mil unidades consumidoras no oeste, cerca de 90 mil em Curitiba, 55 mil domicílios nos municípios da Região Metropolitana e do litoral, quase 50 mil no noroeste e 45 mil no norte.

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