Pais de crianças e adolescentes que dependem do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Infantil no Pinheirinho estão preocupados com a sequência do atendimento na unidade. Nesta semana, logo após deixarem os filhos no Caps, os responsáveis foram chamados por funcionários para reunião onde revelaram que os profissionais estão com salários atrasados e o médico psiquiatra cancelaria as consultas para atender apenas urgências, a partir da semana que vem. De acordo com relato de pais, os trabalhadores citaram que não existem materiais suficientes para o atendimento dos pacientes e a refeição também estaria comprometida por falta de pagamento.
Este tipo de unidade atende crianças e adolescentes com problemas na área de saúde mental, como autismo e esquizofrenia. “A gente já sabia que a situação do Caps estava difícil, mas não sei como vai ser depois de sexta-feira. Além disso tudo que os funcionários passaram, não há manutenção no gramado. O mato está alto em local usado para recreação das crianças”, relata Luciane Ferreira de Oliveira, que leva o filho para a unidade três vezes por semana.
Preocupação
A dona de casa Andréia da Rosa, que depende do Caps para o tratamento da filha, ficou preocupada. “Em novembro fizeram reunião e falaram em dificuldades, mas depois não houve mais comentários. Agora veio esta bomba. Estamos com medo de chegar na unidade e encontrar as portas fechadas”, teme.
Prefeitura quita dívidas
O Caps Infantil Pinheirinho é uma unidade da prefeitura, mas os profissionais são contratados em convênio com o Núcleo Terapêutico Menno Simons. A Secretaria Municipal da Saúde informou que a dívida de 2012 junto ao prestador de serviço era de R$ 201.346,20. Parte deste valor mais os repasses de janeiro e fevereiro foram pagos, totalizando R$ 344.461,45. Até hoje, deve ser pago o restante da dívida de 2012 mais o mês de março, no montante de R$ 211.233,52. Por isso, segundo a secretaria, não há motivo para paralisação ou prejuízo no atendimento.
Diretor garante funcionamento
O diretor técnico do Núcleo Terapêutico Menno Simons, Carlos Roberto Jung, que presta serviço para prefeitura, reconhece que o problema existe e está afetando o trabalho da instituição, mas garante que o atendimento do Caps Infantil Pinheirinho não será interrompido. “Estamos fazendo o máximo possível para que toda situação seja regularizada. Talvez o receio dos pais seja mais que o atendimento termine, mas não será encerrado”, afirma.
De acordo com ele, a falta de pagamento da prefeitura ocorre desde o ano passado, acarretando atraso nos salários dos funcionários, além da falta de materiais para o atendimento. Em relação ao pagamento da dívida, Jung afirmou que precisa esperar “o dinheiro cair na conta” para se pronunciar sobre o assunto.