Médicos do Hospital Universitário (HU) de Londrina estariam fraudando o sistema de ponto eletrônico. A denúncia foi feita pela reitoria da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que administra o estabelecimento. Em entrevista na última quinta-feira, o reitor Wilmar Marçal, pró-reitores e o procurador jurídico da instituição, Ruy Carneiro, acusaram o superintendente do HU, Francisco Eugênio, e o diretor-administrativo, Hilário Nunes Júnior, de omissão no caso. Em nota oficial, Francisco negou as acusações e afirmou que a investigação estava em trâmite, mas a reitoria tomou a frente do processo.
A fraude foi descoberta após a análise das imagens de câmeras de segurança do hospital. Nelas, seis médicos foram identificados quando batiam o ponto e deixavam o hospital, sem cumprir a função para a qual foram contratados. Alguns deles passavam o cartão para colegas que sequer viriam até o HU.
Devido aos constantes problemas de atraso no atendimento do hospital, o reitor aproveitou a coletiva para pedir desculpas à população. ?Lamento o egoísmo e a ganância dessas pessoas que, com certeza, prejudicaram o atendimento num hospital que serve a uma grande população carente?, afirmou. Walmir criticou a conduta dos profissionais suspeitos da fraude. ?Se o salário não está bom, eles que deixem o serviço público e passem a atender em seus consultórios. Mas deixem esse trabalho para quem quer se dedicar?, concluiu.
Dos seis médicos identificados, dois são professores da UEL e quatro contratados para dar plantão no hospital. Como o processo ainda não foi concluído e os servidores têm direito à defesa, suas identidades não foram reveladas. Segundo a reitoria, será criada uma comissão administrativa e disciplinar para investigar o caso. Os acusados podem receber apenas uma suspensão ou até serem exonerados do HU.