Segurança no PR

Ratinho Junior diz que faltam PMs, mas descarta concurso por falta de dinheiro

Foto: Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), avalia que o atual efetivo da Polícia Militar é insuficiente para a demanda da segurança pública do estado, mas – no curto prazo – não prevê a realização de concurso púbico para a ampliação do contingente, citando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

As declarações foram dadas antes da solenidade de troca de comando da PM do Paraná, realizada na manhã desta terça-feira (8).

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Ratinho classifica a defasagem no quadro de pessoal como principal gargalo da área de segurança pública, mas afirma que uma solução esbarra na falta de dinheiro. “Esse é um desafio que nós temos, até porque o estado tem um limite de contratação de pessoal, você tem um teto de investimento [em decorrência da Lei de Responsabilidade Fiscal]. O contingente da Polícia Militar do Paraná é de 15 anos atrás, então nós temos que estar periodicamente dando treinamento, contratando, e claro que isso passa por um planejamento. Enquanto nós não conseguimos fazer toda essa equação financeira, entram questões estratégicas”, diz o governador.

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Segundo Ratinho, essas medidas de gestão incluem remanejamentos para tirar policiais de serviços burocráticos, por exemplo. “Dentro da Casa Militar, 30% dos policiais estão voltando para as ruas”, garante.

Dessa forma, com tentativas de remediar a falta de pessoal, as ações não virão acompanhadas de aumento real no número de policiais: “não temos condição”, reconhece Ratinho. “Vamos ter que reorganizar tudo isso para [então] a gente poder fazer os concursos, não só para a área de Segurança, mas também para as demais áreas.”

Despesas das polícias em foco

Na mesma toada de reorganização dos gastos, o governador falou em revisão das despesas das polícias, em especial com o aluguel de imóveis. Segundo Ratinho, a Secretaria de Estado da Segurança Púbica pretende remanejar despesas e fazer sobrar R$ 12 milhões por ano.

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“É dinheiro que nós vamos poder usar já para fazer investimento em viaturas, fazer mais investimento em coletes, em armamento para a nossa polícia e a deixar cada vez mais equipada – com bons armamentos, armamentos que realmente não falhem, que deem segurança para o policial, que possam, no momento adequado, serem utilizados e ser utilizados com segurança”, afirmou Ratinho, em alusão a problemas que marcaram a gestão anterior, Beto Richa/Cida Borghetti, como o uso de coletes a prova de bala vencidos para os policiais.

 

Levantamentos estão em andamento

Ainda perguntado sobre a situação do caixa do governo, se o cenário deixado pela antecessora foi o mesmo pintado durante a transição, Ratinho afirmou que os levantamentos ainda estão em andamento e relatou problemas no software da Secretaria da Fazenda. “60% das informações estão lá, 40% não estão”, disse e disparou: “vamos dizer assim: o avião está voando sem poder enxergar o que está acontecendo na frente”.

Outras prioridades na segurança pública

De volta ao tema da segurança pública, o governador defendeu prioridade para a adoção de políticas de fronteira mais bem estruturadas, como estratégia de combate à entrada de contrabando, armas e drogas no estado – que é frequentemente utilizado como corredor de circulação pelo crime organizado.

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Ratinho Jr falou ainda em ampliar a integração das polícias, como ferramenta para potencializar as ações das forças de segurança. “Não dá para a Polícia Civil fazer a sua parte, mas jogar isolado. Não dá para a Polícia Militar fazer a sua parte e jogar isolado. Nós temos que ter essas forças de segurança conversado constantemente e pensando estratégia constantemente”, pontuou Ratinho Jr.

E, de acordo com o governador, uma via para tirar esse objetivo do papel é a criação da chamada Cidade da Polícia, em planejamento pela SESP e que deve servir como modelo de unificação, em especial na área de planejamento e inteligência.

Quem tomou posse

Nesta terça-feira (8), o coronel Péricles de Matos assumiu o comando-geral da Polícia Militar do Paraná em substituição à coronel Audilene Dias Rocha, que esteve à frente da corporação durante oito meses e foi a primeira mulher a ocupar o cargo.

Também fazem parte da nova configuração da PM o coronel Antonio Carlos de Morais, como subcomandante-geral, o coronel Lanes Randal Prates Marques, chefe do Estado-Maior, e o coronel Ênio Soares dos Santos, corregedor-geral da Polícia Militar.

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