R$ 270 milhões em moradias populares em Curitiba

A Prefeitura de Curitiba está otimista em receber cerca de R$ 270 milhões do governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), valor que será utilizado em moradias populares. De acordo com a Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab), esse dinheiro será investido em cerca de 30 áreas de ocupações irregulares em áreas de risco, como as localizadas próximas a rios. Essas 30 fazem parte de outras 86 regiões da cidade que careciam desse tipo de investimento. Na gestão Beto Richa, a Prefeitura de Curitiba já contemplou com habitações cerca de 13 mil famílias.

De acordo com o presidente da Cohab, Mounir Chaowiche, são 22 projetos que já estão previamente aprovados pela Caixa Econômica Federal e que poderão ganhar o complemento do PAC. Para ele, uma das áreas irregulares mais preocupantes em Curitiba é a do bairro Parolin, onde 1,5 mil famílias serão relocadas na própria região. ?A nossa idéia é colocar as famílias no mesmo local ou próximo, para não alterar muito a rotina delas?, comentou. O presidente da Cohab lembrou também que, embora o executivo municipal esteja esperando o retorno do PAC, já vem investindo em habitação, pois eram cerca de 250 áreas de ocupação irregulares na cidade, fora as cerca de 80 que estão nas proximidades de mananciais e rios. Entre elas estão a Vila Audi, a Sambaqui e a região do Rio Barigüi. Na Vila Audi, por exemplo, foram construídos cerca de três mil domicílios; na Sambaqui, 527 (veja tabela). ?Estamos aguardando, otimistas, os recursos do PAC, mas a gestão Beto Richa já investiu R$ 200 milhões na área de urbanização?, contou Chaowiche.

O presidente da Cohab explicou ainda que quando o assunto é habitação a Prefeitura de Curitiba age em três frentes. A primeira seria a urbanização – principalmente nas regiões consideradas de risco, como as próximas de rios -, a segunda, a titulação das áreas, e a terceira, o atendimento à fila da Cohab. Chaowiche disse que cerca de duas mil famílias em 60 áreas estão recebendo a posse das terras que ocuparam. Com relação à fila da Cohab, o desafio ainda é grande para a Prefeitura: são 60 mil pessoas aguardando. ?Mas damos prioridade para as famílias, pois muitas pessoas solteiras estão na fila. No segundo semestre, vamos priorizar aqueles que ganham de zero a três salários mínimos?, comentou.

Chaowiche salientou ainda que a Prefeitura de Curitiba não se preocupa apenas em dar moradia a quem precisa, mas também com a infra-estrutura no entorno das casas. Por isso, explicou, em vários locais foram construídos os domicílios, mas também foram feitos postos de saúde, escolas e asfalto.

Idéias inovadoras para construção

Andréa Bordinhão

Foto: Allan Costa Pinto

Rafael, Oscar e Michel, estudantes da PUCPR.

Mostrar idéias inovadoras para construção de casas populares e buscar informações que contribuam na evolução do projeto das moradias. Este é o objetivo de 15 alunos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que viajam hoje para a Alemanha. Os alunos fazem parte do projeto Ecohabitare Centro de Pesquisas, aprovado este ano pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que trabalha para a construção de casas populares e ecológicas, e vão ser financiados pelo governo alemão para apresentar lá a tecnologia brasileira.

Os estudantes estão levando diversas novidades para alunos e professores de cursos de engenharia alemães. Uma delas é o tijolo feito de entulho de construção e um pouco de cimento. O estudante Michel El Achkar, do curso de engenharia civil, vai levar seu projeto do aquecedor solar, que usa caixas tetra pak e garrafas pet. Já o aluno de desenho industrial, Rafael de Oliveira Andrade, vai apresentar o manual que ajuda o morador a construir a sua própria casa.

A idéia é baratear e facilitar o acesso e construção das casas. ?O manual é feito com desenhos, procuramos usar o mínimo de texto. A idéia é que as pessoas se identifiquem com os personagens?, explicou o aluno de desenho industrial Oscar Marcelino Teixeira Neto, um dos idealizadores do projeto. O coordenador do Ecohabitare e professor do curso de engenharia civil, José Fernando Arns, contou que os alunos da PUC vão trabalhar com comunidades escolares em Curitiba e em Pinhais e construir ?casas de conscientização?. A idéia é levar o projeto final à comunidade a um custo de R$ 80 a R$ 100 o metro quadrado.

Voltar ao topo