Quedas dentro do próprio lar estão entre as principais causas de acidentes com idosos no Paraná. Os números são alarmantes: somente em 2025, o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) registrou 35.434 ocorrências de quedas de mesmo nível em todo o estado.
Desse total, 12.526 casos envolveram pessoas com 70 anos ou mais, representando 35,4% do total. Um contraste que merece atenção: a segunda faixa etária mais afetada, entre 65 e 69 anos, somou 2.762 casos – uma diferença expressiva de 9.764 ocorrências. Na prática, o risco de quedas após os 70 anos é 4,5 vezes maior do que na faixa imediatamente anterior.
Segundo a capitã Luisiana Guimarães Cavalca, os idosos apresentam maior vulnerabilidade a quedas por fatores físicos e ambientais. “Com o avanço da idade, há perda de força muscular, da mobilidade e dos reflexos. Isso torna os movimentos mais lentos e aumenta a chance de acidentes, principalmente em casa, ao tropeçar em tapetes ou escorregar no banheiro”, disse.
As consequências dessas quedas podem ser graves e duradouras. As principais lesões são fraturas de fêmur e pélvis, capazes de desencadear complicações secundárias como trombose, infarto ou AVC. O tempo de recuperação, muitas vezes prolongado, traz outros desafios: a imobilidade afeta não apenas a saúde física, mas também a cognitiva, intensificando o isolamento social e aumentando riscos de osteoporose, perda muscular e depressão.
O que fazer quando o idoso cai
Quando um idoso sofre uma queda, os primeiros socorros fazem toda diferença. Os bombeiros orientam que inicialmente se pergunte onde há dor e observe-se se a pessoa consegue movimentar a região afetada. Havendo suspeita de fratura, o correto é evitar qualquer tentativa de movimentação sem orientação adequada.
Nesses casos, o acionamento do Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 é fundamental para garantir transporte seguro ao hospital. Mesmo quedas aparentemente simples merecem atenção: se o idoso perder a consciência, ainda que brevemente, a avaliação médica é imprescindível.
Como deixar a casa mais segura
A prevenção continua sendo o melhor remédio. Pequenas adaptações no ambiente doméstico podem fazer grande diferença:
- Instalar barras de apoio no banheiro e em pontos estratégicos da casa;
- Garantir corrimãos firmes e faixas antiderrapantes em escadas;
- Retirar tapetes soltos e optar por pisos menos lisos;
- Usar calçados firmes e fechados, evitando chinelos frouxos;
- Manter calçadas e áreas externas em bom estado, sem buracos ou pedras soltas;
- Estimular o uso de bengalas, andadores ou bastões quando houver dificuldade de locomoção;
- Incentivar a prática de atividades físicas regulares, como musculação e exercícios de equilíbrio, para fortalecer músculos e ossos.
O CBMPR reforça que a conscientização da família é essencial para reduzir riscos e garantir uma terceira idade mais segura. “A rede familiar deve estar atenta aos perigos dentro de casa e adotar medidas de proteção. Cada cuidado faz diferença para evitar acidentes que podem comprometer a saúde e até a vida do idoso”, afirma a capitã Luisiana.



