Protesto pede segurança em Piraquara

Moradores de Piraquara protestaram, ontem, em frente à Prefeitura, para reivindicar mais segurança. Os manifestantes alegam que muitos homicídios estão ocorrendo no município por motivos banais, principalmente quando envolvem bebidas e drogas. A delegacia de Piraquara informa que foram registrados oito casos de assassinatos de agosto de 2004 até agora.

A manicure Sueli Diniz Maia teve seu irmão morto por espancamento, há oito dias. Ela organizou o protesto porque a violência na cidade está passando dos limites. "Toda semana temos assassinatos. Alguém tem que tomar alguma atitude", afirma. Segundo Sueli, os autores do crime contra seu irmão estão soltos. Mas o tenente Klemps, da Polícia Militar, relata que os dois assassinos (Fernando José Bertollo Leite, 23 anos, e Paulo César Ferreira, 22 anos) foram presos 30 minutos depois do crime.

Sueli também denuncia que as polícias Militar e Civil atuantes em Piraquara não possuem estrutura suficiente para atender a população da forma que deveriam. "No último domingo, ligamos para a polícia atender um homem que estava todo ferido na rua, cheio de sangue. Ficamos mais de meia hora no telefone e a polícia falou que não tinha viatura para atender a ocorrência", comenta Sueli. A manifestante diz que a população está assustada, pois as mortes estão ocorrendo por motivos banais. "É um absurdo o que está acontecendo. Temos que nos unir para garantir nossa proteção", salienta Sueli.

O prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, mais conhecido como Gabão, confirma que a situação do município é crítica, porque possui um dos maiores índices de violência da Região Metropolitana de Curitiba. "A estrutura policial que temos, frente ao grande número de habitantes (100 mil), não consegue atender a necessidade. Temos 30 policiais, enquanto Araucária (cidade com o mesmo número de habitantes) tem três vezes mais. A manifestação é justa e vamos levar a situação para o governador Roberto Requião na próxima reunião mensal com os prefeitos (dia 7 de fevereiro)", revela. O prefeito informa que um Conselho Municipal de Segurança será criado, em conjunto com a comunidade. Para Gabão, a violência na cidade é reflexo da desigualdade social.

Polícia

Na avaliação do superintendente da delegacia de Piraquara, Valdir Bicudo, o problema da violência está concentrado nos bares. Dos 142 estabelecimentos da cidade, 72% são clandestinos. Como a maioria dos irregulares estão localizados em áreas de ocupação, a prefeitura e a Polícia Civil não podem fornecer o alvará de funcionamento. Bicudo cita também que está sendo estudado um horário de fechamento dos bares em locais perigosos, no máximo até 22h. Os moradores podem fazer denúncias pelos telefones (41) 673-2460 e 673-0994.

O superintendente informa que dos oito homicídios registrados desde agosto do ano passado, quatro foram elucidados com a prisão dos assassinos, e outros dois foram elucidados, porém os homicidas estão foragidos.

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