Proprietários de oito postos são denunciados

Proprietários de oito postos de combustíveis ouvidos na Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon) foram indiciados por não seguirem as normas da venda de combustíveis conforme prevê a lei 8.176/91. Nestes estabelecimentos foram encontrados lacres rompidos em bombas, gerando indícios de adulteração. A punição prevista é de um a cinco anos de detenção.

Inicialmente os donos dos postos foram ouvidos na investigação que apura a fraude por controle remoto nas placas eletrônicas das bombas, demonstrada em reportagem do programa Fantástico no dia 08 deste mês. Os proprietários ouvidos até agora negaram a participação no esquema do empresário Cléber Salazar, que permaneceu preso por dez dias.

“Os lacres rompidos são fortes indícios de que mexeram na bomba sem autorização. A empresa que faz a manutenção das bombas rompe o lacre para fazer o serviço e depois coloca um novo, com numeração e selo. Tem que informar tudo para o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem). Não faz sentido ficar com o lacre rompido por quase 15 dias. Se ocorre de romper sem querer, tem que chamar a empresa imediatamente”, explica o delegado Jairo Estorilio, da Delcon.

Serão ouvidos donos de mais dois postos ainda nesta sexta-feira e os trabalhos continuam na semana que vem, com proprietários de mais quatro estabelecimentos. Também serão convocados proprietários de sete postos que aparecem na lista formulada pela Associação Brasileira de Combate à Fraude, que ajudou a Rede Globo na reportagem. “Tem um inquérito principal, sobre a fraude remota, e outros 10 a 12 somente pela questão dos lacres rompidos”, afirma Estorilio.

O delegado contou que houve avanços na perícia no computador apreendido de Cleber Salazar. No entanto, dados ainda não serão divulgados. Também está sendo estudada a contabilidade de Salazar. A tentativa é agora chegar na origem das placas eletrônicas que Salazar utilizava na empresa dele. Estorilio destacou que está procurando as provas sobre a fraude do controle remoto e acredita que vai encontrá-las. “Seria ingenuidade achar que o Cléber não tirou as placas quando foi avisado. Passaram 25 dias entre o repórter procurá-lo e a veiculação da reportagem”, acrescentou.