Projeto que torna o esperanto disciplina não tem consenso

O projeto de Lei 6162/2009, do senador Cristovam Buarque, que visa tornar o idioma esperanto uma disciplina opcional no Ensino Médio, já foi aprovado no Senado e recebeu parecer favorável da relatora da Câmara dos Deputados.

Porém, vem criando polêmica quanto à real necessidade da língua ser oferecida nas escolas. O idioma foi criado em 1887, na Polônia, para facilitar a comunicação internacional.

Segundo o presidente da Associação Paranaense de Esperanto, Ivan Eidt Colling, o idioma tem palavras com forte característica latina e germânica. “A estrutura da língua é aglutinante, como no japonês, húngaro e turco, com algumas características isolantes, como no chinês. Isso a torna próxima das línguas orientais”, comenta.

A língua é considerada simples de ser aprendida, pois tem gramática regular e sem exceções. O professor de esperanto do Centro de Línguas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Matheus Artioli, afirma que, atualmente, cerca de 2 milhões de pessoas utilizam o idioma.

“Existe uma comunidade mundial que fala o esperanto, aprendido em clubes ou pela internet, de forma autodidata. É uma língua útil e bastante aplicável, principalmente para quem tem interesse de estudar no exterior”, afirma.

Porém, Matheus diz não considerar o idioma como prioridade para o ensino brasileiro. Ele acredita que a oferta facultativa da língua é interessante para que o acesso à mesma seja facilitado.

Já Ivan afirma que todas as línguas sempre foram impostas às pessoas. No caso do esperanto, ele sempre foi ao encontro às pessoas interessadas em estudá-lo e nunca imposto como algo obrigatório.

“Acredito que as escolas deveriam pôr à disposição de seus estudantes um grande leque de idiomas, mas nunca impor. Mas aprendizado do esperanto é importante até antes do Ensino Médio. Ele facilita o aprendizado da lógica, do próprio português e de outras línguas”, explica.

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