Professores universitários pressionam por reposição

A reposição salarial de 62% referente ao período entre 1997 e março de 2003 foi a principal reivindicação de professores das universidades estaduais do Paraná em um protesto realizado ontem na Praça Santos Andrade, centro de Curitiba. Os docentes de diversas instituições do Estado, acompanhados de alunos, também fizeram uma passeata até o Palácio Iguaçu. O único reajuste nos últimos anos, de 13,55%, foi conseguido pela categoria em 2002, depois de seis meses de greve.

Os professores negociaram a reposição com a Secretaria de Estado da Educação durante todo o ano de 2003 até fevereiro deste ano, quando receberam a resposta de que o índice seria nulo, o que encerrou as negociações. “Os professores dos ensinos fundamental e médio têm um plano de carreira e vão receber reajustes de no mínimo 30%. Isto não está sendo aplicado aos professores do ensino superior, o que tem dificultado muito”, explica Ana Estela Codato Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar).

Ela diz que a categoria está aberta à negociação: “Nós podemos aceitar receber alguma coisa até o final do governo Requião, mas nem isso conseguimos”. No último dia 17, o Comitê em Defesa do Ensino Superior, que reúne todos os sindicatos da categoria, protocolou um pedido de audiência com o governador, mas os professores ainda não têm uma posição.

Para Antônio Bosi, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes (Andes), a situação fica mais crítica por causa da queda nos investimentos nas universidades estaduais, a eliminação do concurso público para a contratação de professores, a suspensão do vestibular de 28 cursos e a indicação de fechar 43 graduações.

Sem greve

Os professores não cogitam entrar em greve, mas segundo Ana Estela, “é um recurso do trabalhador, infelizmente”. O movimento da categoria ainda está sendo construído e a intenção é não partir para a paralisação. Ontem à tarde, os sindicalistas se reuniram com a Comissão de Educação da Assembléia Legislativa e o chefe da Casa Civil, Caíto Quintana. Ficou marcado para hoje, às 8h30, um novo encontro incluindo a presença do secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, Aldair Rizzi. “Queremos reabrir o canal de negociação”, resume Ana Estela.

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