Professores decidem hoje sobre paralisação

Professores das universidades estaduais do Paraná realizam hoje assembléias para deliberar se entrarão ou não em greve. A ameaça tornou-se mais concreta ontem, depois que, justificando cumprir o programa de aplicação de reajustes salariais, o governo depositou na conta dos 8,3 mil docentes estaduais os salários reajustados em 6,57% – percentagem, esta, considerada muito abaixo do suficiente pela categoria. Os professores estimam perdas acumuladas de 44%. Se houver a paralisação, 70 mil alunos devem ficar sem aulas.

O presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (SINDUEPG), Sérgio Gadini, avisa que, na UEPG, a assembléia acontece às 17h. ?Estamos convocando todos os professores a participarem para que exponham suas opiniões. É inadmissível que nossas universidades continuem perdendo docentes por causa da defasagem salarial?, protesta.

Na Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), a assembléia está marcada para as 15h. ?Deve haver greve, mas ainda não se sabe se por tempo determinado ou indeterminado?, adianta o presidente do sindicato que representa os professores (Adunioeste), Luís Fernando Reis. Em Cascavel, os alunos, que se reuniram em assembléia ontem, decidiram apoiar a causa dos professores. Se hoje os docentes decidirem pela greve, eles prometem ocupar a reitoria e ameaçam até mesmo interditar a BR-277, ajudando a pressionar o governo.

Já os professores da Universidade do Centro-Oeste (Unicentro) aguardarão uma semana para fazer a assembléia. O presidente do sindicato que representa os docentes (Adunicentro), Denny Silva, justifica a espera por conta da recente volta às aulas. Para ele, definir o reajuste de pouco mais de 6%, mesmo em vista do descontentamento dos professores, foi atitude autoritária do governo. ?Todo o trabalho de negociações foi atropelado.?

PCS

Ontem, representantes dos docentes das universidades estaduais de Maringá (UEM) e Londrina (UEL) se reuniram com o assessor da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia, Jairo Pacheco, para discutir o calendário do plano de cargos e salários da categoria. ?A finalidade foi apenas esclarecer prazos e o governo ficou de apresentar uma proposta. Agora, quanto ao reajuste de 6,57%, isso não resolve as perdas?, disse Inês de Almeida, presidente do sindicato dos docentes da Universidade Estadual de Londrina (Sindiprol).

Segundo ela, se hoje os professores decidirem que devem entrar em greve, a universidade adere à paralisação. Na UEL e na UEM, as assembléias começam às 15h.

Loddo continua na diretoria do HC

Diogo Dreyer

Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em greve desde 28 de maio, enviaram ontem um pedido à reitoria da instituição pedindo a renúncia do diretor geral do Hospital de Clínicas (HC), Giovanni Loddo. A reitoria negou o pedido.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba e Litoral (Sinditest), José Carlos Belotto, o pedido se deve à recusa de Loddo de receber, na semana passada, um pedido de afrouxamento do processo administrativo que sofrem alguns servidores do HC por sua participação na greve mesmo depois de uma liminar expedida pela Justiça Federal para que voltassem ao trabalho. Além disso, Loddo é acusado pelos grevistas de ser favorável na mudança do HC para fundação estatal.

Em nota, a reitoria confirmou que Loddo continuará como diretor geral do HC. ?A permanência na direção deve-se ao fato do cargo ser de confiança da reitoria, que avalia o doutor Loddo como profissional que muito contribui para o maior hospital público do Estado do Paraná?, diz a nota.

Hoje deve acontecer mais uma reunião em Brasília com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras (Fasubra) e o governo federal.

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