Professor aponta medidas para enfrentar a dengue

O professor-adjunto da Universidade Federal do Rio (UFRJ) Edimilson Migowski, que integra a Câmara Técnica de Combate à Dengue da capital fluminense, profere palestra hoje, em Curitiba, por videoconferencia, para médicos da capital paranaense e de Maringá. Ele vai falar sobre medidas que considera importantes para combater a doença.

Segundo o professor, em 2002, foram notificados mais de 250 mil casos no Estado do Rio, mas calcula-se que o número de pessoas infectadas pela doença passou de um milhão. No entanto, este ano o problema nem chegou perto do anterior. Mas ele diz que isto ocorreu não pelo trabalho de prevenção e sim porque o vírus do tipo quatro não chegou ao estado. Em 1992 as pessoas foram contaminadas pelo tipo três e agora elas estão imunes contra ele. “Mas se nada for feito a epidemia vai voltar”, prevê.

Entre as ações que Migowski acha importante está a troca do medicamento usado para tratar a doença. Ele diz que não existe um estudo clínico sobre a eficiência do paracetamol e há evidências de que o remédio potencializa a lesão no fígado, que pode ser provocada pela dengue. “É necessário realizar o tratamento baseado na doença, ver as conseqüência do tratamento e usar o bom senso”, afirma. Comenta ainda que o protocolo para a realização do estudo clínico já está pronto.

Outra medida que acha importante é o uso de repelente também nas pessoas doentes. “Assim elas deixam de ser alimento para os mosquitos fêmeas e diminuem a contaminação de mosquitos”, explica. Além disto, ressalta a importância de se criar uma ficha que contenha todas as informações sobre o paciente. “É comum as pessoas trocarem de médico e isso dificulta o tratamento, já que as pessoas pode piorar de modo drástico em horas”, afirma. O paciente levaria para casa a ficha e se procurasse outro médico ele teria as informações sobre seu quadro. “Ajudaria a evitar a letalidade”, aposta.

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