Procura por bolo de Santo Antônio foi grande

?Achei!, Achei!?, gritava eufórica a estudante Fernanda Tamires Gurski ao encontrar a pequena imagem de Santo Antônio no meio de uma fatia de bolo. Apesar de garantir que ainda é nova para casar, acredita que a partir de agora terá ampliada suas chances de subir ao altar. Assim como Fernanda, muitas pessoas foram ontem até a Paróquia Senhor Bom Jesus, no centro de Curitiba, atrás do bolo do santo dito casamenteiro. Uma tradição que se repete há 13 anos.

Para produzir o confeito, que rendeu 18 mil pedaços, foram utilizados 800 quilos de farinha, 800 quilos de açúcar, 11 mil ovos, mil quilos de doce de leite, 75 quilos de fermento e 80 quilos de cobertura. A organizadora da festa, Claudionora Conceição dos Santos, afirma que a fila para a compra do bolo começou a se formar às 5h30, duas horas antes da abertura da igreja. ?As pessoas vêm não só para arrumar casamento, mas porque Santo Antônio também é conhecido com um santo fraterno e harmonioso?, falou.

Foto: Chuniti Kawamura

A jovem Fernanda Tamires Gurski: ?Achei!, Achei!?.

À frente da festa desde o início, Claudionora garante que nesses 13 anos nunca lambiscou qualquer bolo, pois para ela casamento está fora de cogitação. ?Quero continuar solteira?, garante.

Ao contrário de Claudionora, a nutricionista Priscila Unicki sonha com o príncipe encantado. Ela veio de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), logo cedo para garantir sua fatia de bolo. ?No ano passado, eu achei três santinhos e consegui um namorado, que infelizmente não durou. Tenho fé que este ano será diferente?, comentou. A secretária Jurema Quadros comprou dois pedaços do confeito e iria comer com o companheiro mais tarde. ?Nós moramos juntos há cinco anos, mas meu sonho é casar. Com a ajuda de Deus e Santo Antônio acredito que isso vai acontecer?, falou.

De acordo com frei Vitório Mazzuco, Santo Antônio ganhou fama de casamenteiro no século XIII após interceder pelo bom relacionamento de um casal de nobres. Nessa época também o religioso ficou conhecido como o santo das causas perdidas. As duas lendas, afirma frei Vitório, estão ligadas com sentimentos humanos e a espiritualidade.

?O sentimento é sempre direcionado a alguém. Por isso encontrar um amor ou perder algo estão intimamente ligados ao apego, paciência, espera e realização?, comentou o padre. Ele acrescenta que atualmente as pessoas estão muito carentes e buscam alguém para serem ouvidas. ?Por isso a devoção a Santo Antônio, que é alguém para quem se fala tudo e acaba sendo um interlocutor com Deus?, finalizou.

Voltar ao topo