Presidente da FAG não sabia do relatório

O presidente da Fundação Assis Gurgacz (FAG), Assis Gurgacz, disse ontem que não foi comunicado oficialmente sobre as conclusões de um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que mostra indícios de direcionamento de licitação e superfaturamento na aplicação de recursos federais para implantar o Programa de Inclusão Digital.

A entidade, localizada em Cascavel, região oeste recebeu, em 2005, mais de R$ 1,6 milhão do Ministério das Comunicações para criar cinco telecentros comunitários de informática, sendo quatro unidades móveis e uma fixa.

Como noticiou O Estado na última terça-feira, o TCU aponta, entre outras irregularidades, que o laboratório fixo estaria sendo utilizado por professores e alunos da Faculdade Assis Gurgacz, mantida pela FAG, e que sua localização, longe do centro da cidade, desvirtua o Programa de Inclusão Digital. Além disso o documento diz que a FAG comprou os ônibus para as unidades móveis da Eucatur, empresa que Gurgacz é dono, e de forma superfaturada. O mesmo teria acontecido na compra dos 140 microcomputadores, que também apresentariam incompatibilidade entre as especificações dos que estão instalados com as que o programa exige.

Gurgacz afirma que a compra dos ônibus foi mais alta que o valor apontado pelo TCU, já que a entidade primou pela qualidade. ?E se os ônibus eram da Eucatur, isso pode ter acontecido por lidarmos com cerca de dez intermediários para as vendas, mas não tenho como afirmar?. Sobre a distância do laboratório para o centro da cidade, o empresário garante se tratar da melhor localização, pois as instalações da FAG seriam cercadas por diversos bairros carentes de Cascavel e que alunos e professores não têm acesso a eles. Disse ainda que desde a instalação do programa até agora, mais de 1,5 mil pessoas freqüentaram os cursos na unidade fixa, e mais de 10 mil no total.

Sobre a incompatibilidade do equipamento, afirmou que a entidade está realizando um levantamento para ver se houve mesmo a irregularidade. ?Sofremos quatro avaliações do ministério, que nos classificou como projeto-modelo?, afirmou. 

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