Prefeitura de Maringá afirma que greve está terminando

A greve dos servidores públicos de Maringá está perto do fim, pelo menos na opinião da Prefeitura, que divulgou ontem que a maioria dos trabalhadores em greve desde o dia 5 de junho já voltou a trabalhar.

De acordo com o presidente da comissão de negociação da Prefeitura, Ulisses Maia, após o pagamento efetuado na última sexta-feira, em que foram descontados 16 dias dos servidores (de 05/06 a 20/06 – dia do fechamento da folha), muitos funcionários já retornaram ao trabalho no sábado. Outros voltaram às atividades ontem. "Acredito que, de um universo de 7.500 servidores, apenas 700 continuam parados", revelou. Segundo Maia, no setor mais atingido, o de serviços públicos, 95% dos servidores já retornaram ao trabalho. Ele indicou que a maior resistência é no setor de educação.

A Prefeitura de Maringá divulgou que, na manhã de ontem, a varrição das ruas e a coleta de lixo já estavam sendo realizadas integralmente. A expectativa do secretário dos Serviços Públicos, Diniz Afonso, é que a coleta de lixo seja normalizada nos próximos dias. Com a interrupção da coleta, o acúmulo de lixo a ser recolhido chegou a mais de 6 mil toneladas. "Em alguns bairros, onde há mais lixo acumulado, em apenas duas quadras o caminhão fica cheio", ressalta o secretário.

Já o Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) garante que a greve está mantida e sem data para acabar. De acordo com Pierre Alerrandro, do setor de comunicação do Sismmar, devido à pressão dos descontos no pagamento, muitos servidores sentiram-se obrigados a voltar a trabalhar, mas o movimento continua. "Eles descontaram, em média, 16 dias de cada trabalhador, mas há funcionários que não receberam nada. Tiveram 26 dias descontados. Não houve critério", contesta Pierre, revelando que o sindicato iniciou uma campanha de arrecadação de dinheiro e alimentos para tentar sustentar a greve.

Para ele, tanto os descontos nos salários quanto a divulgação de que a maioria dos servidores voltou a trabalhar faz parte da estratégia ofensiva da Prefeitura em forçar o fim da greve. "Por isso estamos programando para a próxima quarta-feira (quando a greve completa um mês) um ato público contra a fome e a violência que estamos sofrendo", ressaltou.

O presidente da comissão de negociação da Prefeitura alegou que todos os servidores que participaram do movimento foram descontados em 16 dias. Quem sofreu mais descontos era porque estava comprometidos com outros motivos. O sindicato, além de seguir com a greve, questionará a legalidade dos descontos.

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