Prefeito de Apucarana desmente expulsão de mendigos

O prefeito de Apucarana, Valter Aparecido Pegorer (PMDB), rebateu ontem as acusações de que o município estaria ?expulsando? os mendigos da cidade. Segundo o prefeito, a ação mostrada pelo Jornal da Globo de quinta-feira foi para registrar os moradores de rua encontrados pelas equipes de assistência social.

Na edição de quinta-feira, o telejornal exibiu reportagem em que 15 pessoas foram abordadas por assistentes sociais e policiais. Segundo a reportagem, os moradores de rua foram levados à delegacia, fichados e mandados para casa de parentes, albergues ou outras cidades. A reportagem informou, ainda, que a pessoa fichada que fosse encontrada novamente na rua seria processada por vadiagem. ?De 30 dias para cá nossa população de rua tem aumentado bastante e com gente de perfil diferente dos moradores de rua que já temos registrados aqui no município. São pessoas mais jovens e com comportamento suspeito?, disse o prefeito, alegando que os novos ?hóspedes? promovem badernas, consumo de álcool e drogas na área central do município.

O prefeito disse que ainda acha cedo para tirar conclusões, mas desconfia que essas pessoas estão sendo trazidas de outras cidades. ?Na ação de quinta-feira levamos 16 pessoas para fazer registro, para sabermos quem são. Apenas uma foi presa porque ofereceu bebida alcoólica a um adolescente. As outras 15 escolheram para onde queriam ir?, disse Pegorer, informando que seis deles pediram passagens para voltar a suas cidades de origem. Cinco deles eram de Maringá.

Os demais foram para casas de parentes ou abrigos. ?Mas fatalmente vão acabar voltando para a rua. É um direito deles. E não há essa história de que serão presos ou processados, desde que não façam mal à nossa população?, comentou.

O prefeito comentou ainda sobre o uso de policiais na ação. ?As assistentes sociais, todas mulheres, abordaram homens fortes e desconhecidos, temíamos pela segurança delas e por isso pedimos apoio à polícia?. Ele confirmou ainda a informação de que, desde o início do ano, cerca de 60 pessoas ganharam passagens da Prefeitura para retornar a suas cidades. ?Mas a maioria absoluta foi até nos pedir por isso?, garantiu.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos informou que solicitará ao Ministério Público abertura de inquérito para averiguar se os direitos dos moradores de rua estão sendo violados em Apucarana e se está sendo praticado o crime de coerção.

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