Praças não são mais sinônimo de lazer

As praças de Curitiba nem sempre são vistas como locais de lazer e descanso. Muitas delas apresentam problemas – como pichações e deterioração de bancos e monumentos – e são evitadas por parte da população, que teme ser assaltada ou incomodada por moradores de rua, crianças e adolescentes pedindo dinheiro.

A utilização do espaço público para consumo de drogas e a ocorrência de assaltos, a qualquer hora do dia, costumam ser os principais transtornos. Em algumas praças do centro, como Rui Barbosa, Zacarias, Osório, Dezenove de Dezembro (mais conhecida como praça do Homem Nu) e Tiradentes, homens e mulheres passam agarrados a seus pertences temendo que possam ser roubados.

"Já vi muitos pedestres terem suas bolsas e carteiras arrancadas", comenta a vendedora autônoma Raquel Calvo da Silva, que há seis meses comercia produtos nas proximidades da Dezenove de Dezembro. "Eu mesma já fui assaltada, há cerca de quatro meses. Ladrões levaram parte de minhas mercadorias e tive um prejuízo de cerca de R$ 50."

Na Praça Tiradentes, os taxistas também temem ficar dentro de seus veículos durante a noite e aconselham as pessoas a não passarem pelo interior da praça após o entardecer. Porém, o taxista Airton Júlio de Carvalho, que foi vítima de um assalto no local há cerca de oito meses, aponta outro problema: o descuido com os canteiros e calçadas. "As calçadas da praça estão muito ruins e as pessoas vivem tropeçando. Já os canteiros estão um relaxo só. Acho que a Prefeitura deveria investir mais na Tiradentes, pois ela abriga um dos pontos de ônibus da linha Turismo", afirma.

Pessoas que se concentram para ingerir bebidas alcoólicas e utilizam o logradouro público como banheiro são, na opinião do proprietário de uma banca de revistas, Marcelo de Araújo, as principais deficiências da Praça do Redentor (praça dos skatistas ou praça do Gaúcho), no bairro São Francisco. Marcelo trabalha há cerca de trinta anos no local e conta que, principalmente às segundas-feiras, quando chega para abrir a banca, o cheiro de urina é insuportável. "O cheiro é muito forte e incomoda bastante a mim e às outras pessoas que passam pela praça", diz.

Secretaria

Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente de Curitiba, Domingos Caporrino, Curitiba tem 412 praças e muitos dos problemas citados pela população já foram identificados. Para solucioná-los, está prevista uma maior integração entre o município e a Polícia Militar, aumentando a segurança nos locais. "Também pretendemos fazer um trabalho amplo na área de educação ambiental, que inclui a conscientização da população. Queremos incentivar as pessoas a fazerem denúncias (através do número 156) quando perceberem alguma coisa de errado acontecendo nas praças", declara.

Para embelezar os canteiros existentes, como os da Praça Tiradentes, devem ser realizados trabalhos voltados ao plantio de mudas de flores e outras plantas. "Em algumas praças, também nos incomodamos bastante devido ao roubo de placas de bronze. Existe um projeto para substituir as placas de bronze por azulejos, o que daria solução ao problema." (CV)

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