Postos do Paraná vão tratar resíduos poluentes

Um posto de combustível gera por mês cerca de 150 quilos de resíduos poluentes, como embalagens plásticas de óleos lubrificantes, estopas e panos sujos de combustíveis. Esse número multiplicado pelos 2,5 mil postos instalados no Paraná, gera um volume de 375 mil quilos por mês, o que daria para carregar 250 caminhões. Quase a totalidade desse material acaba sendo depositado junto com o lixo comum, nos aterros sanitários.

Para tentar reverter esse quadro, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Paraná (Sindicombustíveis) assinou ontem um convênio com o Instituto de Monitoração Ambiental (Imamb) para a coleta, separação e destinação final dos produtos. O instituto é uma organização não-governamental que atua na área de projetos e ações educativas e sócio-ambientais. A iniciativa é inédita no País, e possibilitará que os postos do Estado consigam a certificação ambiental.

De acordo com o presidente Imamb, Roberto Rouche, os hidrocarbonetos presentes nos resíduos das embalagens e outros materiais descartados pelos postos podem contaminar o solo, atingindo os lençóis freáticos, e em conseqüência, as águas. Ele destacou que esses produtos poluentes podem provocar problemas respiratórios, além de serem carcinogênicos.

Através do convênio, o instituto fará a reciclagem da totalidade do material, tirando esse passivo do meio ambiente. Toda a logística do programa será coordenada pelo Imamb, que recolherá o material depositado nos postos de combustíveis do Estado. A matéria-prima será transformada em outras embalagens plásticas, e os demais materiais serão utilizados para a queima em depósitos de secagem. O projeto ainda espera gerar cerca de 100 empregos diretos.

Exemplo

O presidente do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese, destaca que com esse projeto os postos estão dando exemplo na área ambiental. Segundo ele, os distribuidores ficam com esse grande ônus, apesar de serem responsáveis por apenas 30% do volume de produtos poluentes comercializados. Os outros 70% são vendidos em oficinas mecânicas, supermercados e concessionárias. “Se todos esses estabelecimentos tiverem iniciativas semelhantes será um grande ganho para o meio ambiente”, finalizou.

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