Peixes mortos nas praias do Paraná assustam o IAP

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) vai atuar junto com a Polícia Federal (PF) para reprimir a pesca predatória de arrasto no litoral paranaense. A quantidade de peixes mortos encontrados nas praias do Paraná depois que começou a pesca de arrasto do camarão vem preocupando o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e secretário estadual de Meio Ambiente (Sema), Rasca Rodrigues.

Desde primeiro de janeiro até ontem foram recolhidos 3,5 mil quilos de peixes – 500 só na última sexta-feira.

Os peixes encontrados mortos nas praias do litoral são chamados pelos pescadores de fauna acompanhante. Eles ficam presos junto com os crustáceos nas redes e acabam morrendo.

No entanto, este ano a quantidade de peixes prejudicada por este tipo de pesca vem chamando a atenção. ?Quantida de está muito acima dos anos anteriores. Está acontecendo uma pesca predatória?, analisa Rasca.

Na última sexta-feira foram encontrados cerca de 500 quilos de peixes mortos de várias espécies. ?Encontramos também dois botos e uma tartaruga mortos, que provavelmente também foram vítimas das redes?, relata o secretário.

A empresa responsável pela coleta de lixo no litoral levou os peixes mortos para os aterros sanitários municipais.

Segundo Rasca, no sábado e domingo técnicos do IAP foram para o mar fiscalizar os barcos e nestes dois dias não foi verificada a morte dos peixes, o que para ele também confirma a relação do problema com a pesca de arrasto. Rasca diz também que os banhistas estavam preocupados, achando que a mortandade havia sido provocada pela poluição da água, mas a hipótese foi descartada depois da análise do material recolhido nas praias.

?Teremos equipes todos os dias fiscalizando da Barra do Saí à Ilha da Figueira, durante o dia e à noite também?, afirma o secretário. A fiscalização vai procurar barcos que fazem a pesca de arrasto em áreas proibidas.

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) determina que barcos de até dez toneladas devem pescar o camarão entre a primeira e a terceira milha a partir da costa – cada milha tem 1.852 metros. Embarcações com mais de dez toneladas devem pescar a partir da terceira milha (5,5 quilômetros da costa).

O chefe do escritório do IAP no litoral, Reginato Bueno, explica que a delimitação serve para proteger a reprodução dos peixes.

Este ano, oito embarcações foram notificadas e duas tiveram redes apreendidas.

Para o presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Paraná, Edmir Manoel Ferreira, a quantidade de peixes mortos não aumentou. Ele diz que o problema estaria ocorrendo porque alguns pescadores estariam jogando os animais na água ao invés de trazer para vender na praia.

Segundo ele, existe ainda a possibilidade de que alguns barcos estariam pescando à noite em áreas não permitidas – a menos de 2.700 metros da praia – e, por isso, os peixes descartados estariam aparecendo nas praias. O presidente fala também que é comum os pescadores jogarem os exemplares menores ao mar para alimentar os pássaros.

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