Pandemia

Paraná faz parceria com a China para produzir vacina contra o coronavírus

A vacina contra covid-19 é desenvolvida pelo Instituto Gamaleya. A Rússia é o 1º país a aprovar um imunizante contra o coronavírus. Foto ilustrativa: Freepik

Uma parceria entre o governo do Paraná e a China foi firmada nesta segunda-feira (27), para ações de cooperação técnica e científica para a testagem e a produção de vacina contra a covid-19 no estado, pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). A formalização do acordo foi realizada pelo governador Ratinho Junior (PSD) em videoconferência com dirigentes do laboratório Sinopharm, empresa estatal chinesa, e o ministro-conselheiro da Embaixada da China no Brasil, QU Yuhui.

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A intenção, conforme o governo estadual, é que o Paraná seja incluído na terceira fase de testagem da vacina experimental da Sinopharm, que começou neste mês nos Emirados Árabes Unidos, com a participação de 15 mil voluntários. Segundo a estatal chinesa, as duas primeiras fases de testes, já encerradas, tiverem 100% de positivação e sem reação adversa grave.

O objetivo do Paraná é fazer a terceira fase do teste aqui no nosso Estado e, com a aprovação por parte da Anvisa e do Ministério da Saúde, a produção da vacina elaborada pela Sinopharm através do Tecpar”, afirmou Ratinho Junior.

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Ratinho também reforçou que o acordo estabelece a troca de tecnologia, pesquisa e ciência, fazendo do Paraná um polo para o Brasil e América do Sul para a produção e distribuição da vacina. “Estamos todos muito esperançosos que essa solução para o coronavírus fique pronto o quanto antes. E que o Paraná, em parceria com a China, possa ser protagonista deste processo, se transformando em um hub logístico da vacina na América do Sul”, ressaltou o governador.

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Ainda segundo o governador, o próximo passo é formar um grupo de trabalho entre as partes para discutir detalhes técnicos da parceria, como a elaboração do termo científico regulatório e protocolo de validação por parte da Secretaria de Estado da Saúde.

Preocupação dos chineses

O atual estágio da pandemia no Brasil preocupa a empresa chinesa. Liu Jingzhen, presidente do grupo, afirmou que a farmacêutica espera finalizar os testes em estágio avançado em humanos em até três meses. “Temos pressa para começar esses testes no Paraná por causa da situação do Brasil. Serão oficinas com o mais alto nível de segurança, total confiança para garantir o fornecimento quando a vacina estiver completamente aprovada”, disse.

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“A vacina está perto do seu êxito final. É muito urgente começarmos imediatamente esse ensaio clínico no Brasil, ao mesmo tempo em que discutimos acertos comerciais”, completou o diretor-executivo da corporação, Ma Ke.

Já o presidente do Tecpar, Jorge Callado explicou que, além do instituto, as universidades estaduais e hospitais universitários serão incluídos no processo, garantindo mais agilidade ao período de testagem. “É de fundamental importância a participação das nossas universidades públicas e da Secretaria da Saúde para construirmos tecnicamente um protocolo de validação que atenda aos aspectos regulatórios”, afirmou o presidente do Tecpar.

Parceria com a Rússia

O Paraná também pode se tornar parceiro da Rússia na produção da vacina contra o novo coronavírus, que está em fase final de testes naquele país. O assunto deve ser tratado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior nos próximos dias com o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov.

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Recentemente, o governo russo anunciou ter concluído com sucesso a fase de ensaios clínicos do seu antivírus, desenvolvido pelo Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya.

Além da parcerias, para garantir recursos para a compra e distribuição de vacinas em 2021, o governo estadual afirmou que enviou uma emenda ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, no último dia (20), para alocar R$ 100 milhões no caixa da Secretaria de Saúde.