Paraná desenvolve diagnóstico de hantavirose

O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), vinculado à Fiocruz, viabilizou a independência do Brasil no diagnóstico da hantavirose, que mata até 40% dos infectados no País. Assim como a leptospirose, a hantavirose é uma doença transmitida através de fezes, urina e saliva de ratos, só que neste caso são animais silvestres. Justamente por isso, a contaminação é mais corriqueira em regiões rurais.

O método de diagnóstico desenvolvido no Brasil também é feito através de testes de sorologia, com amostras de soro de pacientes com  suspeita clínica colocados em reação com anticorpos dirigidos contra o vírus. ?O diferencial é que os antígenos recombinantes utilizados no novo teste são de vírus que circulam em animais no Brasil, o que torna o resultado do teste muito mais eficaz?, diz a pesquisadora Cláudia Santos. Além da maior precisão no diagnóstico, o custo do material desenvolvido é bem mais baixo que o importado.

O teste demorou aproximadamente um ano para ser desenvolvido no laboratório do IBPM e envolveu, na fase de validação, o Ministério da Saúde e todos os centros brasileiros de referência para hantavirose, bem como grupos da Argentina e do Uruguai. ?Com a aprovação, o teste passará a ser disponibilizado em todo o País pelo Ministério da Saúde?, diz Cláudia. A previsão é que a distribuição comece dentro de dois meses.

Segundo a pesquisadora, os casos de hantavirose têm aumentado de forma significativa no Brasil nos últimos anos, o que faz crescer o incremento da vigilância e controle epidemiológico. No Paraná, o controle das secretarias estadual e municipais de Saúde tem sido tão intenso que, no ano passado, o Estado notificou o maior número de casos no País. Atualmente, todas as regiões do Brasil têm casos de hantavirose registrados, já que as espécies dos roedores transmissores da doença estão presentes em todo o território nacional, especialmente em zonas rurais.

Em função do habitat dos roedores, geralmente quem deve procurar o serviço de saúde são pessoas que acamparam ou visitaram fazendas, chácaras ou entraram em locais fechados onde os ratos da mata possam ter entrado, deixando vestígios de fezes, urina ou saliva. Os sintomas da hantavirose são dores no corpo, dor de cabeça, febre, náuseas e vômitos, dores abdominais, nas costas, tosse e falta de ar ou respiração cansada. Em caso de suspeita, quanto mais rápido o diagnóstico, mais eficiente o tratamento da doença, que pode ser fatal.

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