Pandemia

Para prefeitos, ainda não é hora de voltar aulas presenciais nas escolas municipais no PR

Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo / Arquivo

A Associação dos Municípios do Paraná (AMP) anunciou terça-feira (4) que as aulas presenciais nas escolas municipais no estado não deverão ser retomadas no estágio atual da pandemia de coronavírus (covid-19). A AMP representa todos os 399 municípios paranaenses. Com isso, a indicação é de que o ensino remoto siga mantido pelas prefeituras, pelo menos até a diminuição do risco de contágio.

O presidente da AMP, o prefeito do município de Pérola, Darlan Scalco, listou os motivos para o adiamento do retorno do ensino presencial municipal. O primeiro deles seria a necessidade de preservar a saúde de alunos, pais, professores e servidores das escolas e evitar o contágio pela covid-19.  “Se as escolas já estavam fechadas antes, seria totalmente absurdo retomarmos as aulas gradualmente agora, quando o contágio da covid-19 está em curva ascendente. A saúde de todos é nossa prioridade”, disse Scalco. 

O segundo argumento foi a necessidade das prefeituras de respeitar recomendações do Ministério da Saúde de proteção às pessoas dos grupos de risco. “O ministério preconiza que pessoas do grupo de risco, como idosos, não devem trabalhar. Colocá-los em atividade agora seria grande risco para eles, que não podemos correr em hipótese alguma”, esclarece o presidente da AMP. 

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O terceiro motivo seria a redução da atividade econômica na cidades em função do distanciamento social. As prefeituras sofreram queda nas receitas, incluindo dos recursos usados para o pagamento dos salários dos professores. A falta de receita causou um enorme problema para as prefeituras.

“Não temos como pagar, por exemplo, os salários das pessoas que atuam nas escolas e terão que substituir os que não podem trabalhar em função da covid-19. Não temos duas fontes de receitas e também não podemos abrir as escolas sem oferecer todos os equipamentos de segurança para evitar a contaminação de professores, alunos e servidores, o que também gera aumento de custos para as prefeituras”, explica o presidente da AMP.

Rede estadual

A Secretaria Estadual de Educação (Seed), por sua vez, pretende retornar as aulas presenciais na rede estadual ainda em setembro, se as condições do nível de contágio na pandemia permitir. A volta ou não das aulas na rede estadual será decidida pelo comitê especial formado dentro do governo estadual até o fim da semana que vem.

Segunda-feira (3), a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa) informou que pertence ao comitê que discute a covid-19 no estado e que o debate para o retorno vem sendo feito a partir de avaliação dos protocolos de segurança e viabilidade. “Não há, no momento, nenhuma previsão de data para esta retomada”, informa a Sesa em nota. “A Sesa, até o momento, não marcou qualquer dia para que as atividades presenciais sejam novamente efetivadas no Paraná. O tempo para tal cenário é da evolução epidemiológica, ou seja, assim que houver condições de segurança para alunos, professores, funcionários e colaboradores”, reforça a Secretaria de Saúde em nota.

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Na última sexta-feira (31), o diretor-geral da Seed, Gláucio Dias, havia informado que o retorno às aulas presenciais da rede de ensino estadual poderia ocorrer em setembro. “A data vai ser definida pela Secretaria de Estado da Saúde, com retorno regionalizado. Quem estiver em condições favoráveis pode voltar antes e as regiões com quadro não muito positivo, pode ser que as aulas demorem para retornar”, explicou Dias.

Mesmo sem data definida, um protocolo foi elaborado entre Assembleia Legislativa, APP Sindicato, AMP além dos sindicatos das escolas particulares, Casa Civil e outras secretarias do estado.  Entre as medidas adotadas e previstas estão compras de equipamentos de proteção individual para professores, funcionários e alunos; regras de distanciamento em todos os espaços, principalmente nas áreas comuns; revezamento de aulas presenciais e aulas remotas a cada 15 dias, com divisão dos alunos em grupos; e volta gradual de acordo com a idade dos estudantes.


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