Padre acusado de extorsão, desvio e nepotismo

Londrina (AE) – Os milhares de fiéis que todo o dia 22 lotam o Santuário de Santa Rita de Cássia, na pequena Lunardelli, de 6 mil habitantes, no Noroeste do Paraná, não terão hoje os serviços religiosos do padre João Maia da Rocha Santana, o padre Joãozinho. Desde que a novena a Santa Rita foi instituída por ele, há 11 anos – iniciativa que revolucionou a economia do município -, é a primeira vez que padre Joãozinho se ausenta. E tudo indica que vai demorar para voltar, se voltar.

De acordo com a diocese da Apucarana, o religioso pediu afastamento por motivo de saúde e foi na atendido segunda-feira. Ele estaria com depressão, afirma o assessor de comunicação da diocese, padre Pedro Odair Machado. No entanto, alguns de seus ex-subordinados garantem que padre Joãozinho foi afastado por ter cometido diversas irregularidades, entre elas extorsão de fiéis, desvio de recursos da paróquia e nepotismo.

O padre dava emprego a quatro familiares, que cuidavam da administração da paróquia, acusam os diáconos Luiz Antônio da Silva e Pedro Barbosa de Souza, autores de uma carta denunciando as irregularidades praticadas pelo religioso e encaminhada ao bispo dom frei Luiz Vicenzo Bernetti e ao Conselho Diocesano de Pastorais.

Souza, que atuava como diácono há 28 anos, afastou-se da paróquia por discordar do procedimento do padre Joãozinho que, segundo ele, não prestava contas das finanças comunitárias desde 2004. Na carta, ele e Silva afirmam que o religioso pressionava, muitas vezes publicamente, os fiéis mais abastados para obter grandes doações. Jamais citadas na contabilidade oficial, segundo as denúncias. Os diáconos relacionam também vários bens, entre eles uma casa na praia, que o padre teria acumulado nos últimos anos.

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