No último domingo, um homem que estava internado na Santa Casa de Irati, nos Campos Gerais, morreu a espera de um leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo a diretora da 3.ª Regional de Saúde, Lenir Monastirski, o paciente que morreu estava em estado gravíssimo. Ele tinha infecção intestinal, disfunção renal e estava em coma profundo.
O hospital de Irati não conseguiu estabilizar o quadro de saúde e começou a busca por um leito de UTI. Na região de Ponta Grossa, não foi encontrado nenhum disponível e, então, foi acionada a Central de Regulação do Estado. Mas o problema não foi resolvido a tempo e o paciente acabou não resistindo.
Desde a segunda-feira da semana passada, uma das alas da UTI do Hospital Bom Jesus em Ponta Grossa, com seis leitos, está interditada. A medida foi adotada devido à presença de uma bactéria com alta resistência a antibióticos – a acinecto bacter. A 3.ª Regional de Saúde atende 12 municípios e possui 44 leitos de UTI, incluindo neonatais. Ainda não há previsão da reabertura dos leitos.
A bactéria acinecto bacter, que ataca o pulmão, foi introduzida na UTI do Hospital Bom Jesus por um dos pacientes. Lenir explica que a 3.ª Regional está apoiando a decisão do hospital de fechar a unidade. Para ela, a medida adotada pela Comissão de Infecção Hospitalar foi correta, devido à gravidade da situação. "A bactéria é muito resistente. é comum que demore alguns dias para que o local seja descontaminado", comenta.
Lenir observa que, sempre que algum leito é fechado, acaba fazendo falta no Estado. "Sempre é motivo de preocupação, mas neste caso consideramos que a situação está controlada", diz.
Em entrevista coletiva no início da noite de ontem. o diretor clínico do hospital, Ricardo Gomes Zanetti, informou que quatro pacientes foram contaminados pela bactéria. Três deles estavam em coma e ainda apresentavam o mesmo quadro. O outro já teve alta. O médico explicou que a disposição dos leitos vai depender da evolução da doença das três pessoas internadas.