Paciente com Chagas recebe alta em Curitiba

Jair Pedro Fritzen, o primeiro paciente registrado com a doença de Chagas no Paraná, recebeu alta ontem do Hospital Nossa Senhora das Graças de Curitiba. Há dez dias sob medicamentos indicados para a doença, Jair continua com o tratamento por cinqüenta dias em casa, na cidade de Joinville, em Santa Catarina.

O médico responsável, infectologista Clóvis Arns da Cunha, está bastante confiante na eficácia do tratamento. ?A gente ganha a batalha mas não a guerra. Já foram feitos exames para certificar a melhora dele. Todos deram positivo. O tratamento continua em casa. A expectativa é que ele fique completamente curado. Mas repito: estamos nos primeiros dez dias de tratamento, temos outros 50 pela frente?, explica o médico.

Sobre a evolução do tratamento durante o internamento, o médico disse que Jair Fritzen apresentou uma boa resposta. ?Já no terceiro para o quarto dia não apresentava mais os sintomas – febre, dor de cabeça e dor muscular. Teve uma boa melhora clínica, mas em medicina a gente nunca fala 100%. Com o tratamento completo a chance é muito grande da doença não voltar a aparecer?, afirma.

Segundo Cunha, o tratamento varia de 30 e 60 dias. A opção pelo maior tempo, foi devido a uma infecção no coração, causada pela doença, apurada em exame de ecocardiograma. ?Vamos fazer o de 60 dias porque o paciente apresentou uma cardite aguda, com edema no pericárdio e miocárdio, mas sem sintomas de insuficiência respiratória. Hoje já está melhor?, afirma o infectologista.

O médico explica que os medicamentos – nifurtimox e benzonidazol, oferecidos gratuitamente pelo Ministério da Saúde – matam o Trypanosoma cruzi, que está localizado no sangue e se desloca aos tecidos. ?Esse medicamento pode provocar três efeitos colaterais: alergia, inflamação das pernas (neuroplatia periférica) e diminuição dos leucócitos. Com dez dias ele não apresentou nenhum do efeitos, mas pode ocorrer?, alerta Clóvis da Cunha.

Mudanças

A recomendação é que haja um freqüente acompanhamento do paciente, principalmente com exames de hemograma e repetição do ecocardiograma. Por isso, Jair e a esposa Louvânia Fritzen – que moraram na capital há quase dois anos -pensam até em voltar a morar na cidade, para ficarem mais próximos ao hospital. ?Tem que ficar meio perto do médico. A gente está pensando em vir morar para cá definitivo?, conta Louvânia.

Exames

A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) informou ontem que o Laboratório Central do Estado (Lacen) restringiu o número de pessoas suspeitas de terem contraído a doença. Só devem fazer exames quem apresentou os sintomas e tomou caldo de cana entre os dias 13 e 20 de fevereiro, no quiosque Penha 2, na cidade de Navegantes. Nenhum novo caso foi confirmado até agora em Curitiba.

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