Obras garantem abastecimento de água na capital

A Região Metropolitana de Curitiba cresce, em média, 3,4% ao ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse crescimento demográfico representa, de acordo com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), aumento na demanda de 30 mil novas ligações de água tratada por ano. Com vistas a suprir essa demanda, a empresa está investindo R$ 143 milhões no sistema Miringuava, que irá representar um incremento de 40% no sistema de armazenagem de água tratada da região.

As obras do novo sistema começaram em novembro de 2005 e estão na fase de conclusão, já que o início da operação está previsto para janeiro de 2008. O sistema é formado pela estação de tratamento, redes de distribuição, adutoras, 11 estações elevatórias e sete reservatórios que juntos podem reservar 40,5 milhões de litros de água. Quando estiver operando, o novo sistema irá atender cerca de 800 mil pessoas dos municípios de Fazenda Rio Grande, São José dos Pinhais, Araucária e região sul de Curitiba.

A estação de tratamento de água do Miringuava – que fica no bairro Barro Preto, em São José dos Pinhais – terá capacidade para tratar 2 mil litros de água por segundo. Para transportar essa água até os reservatórios, serão implantados 54 mil metros de adutoras e outros 105 mil metros de rede irão distribuir o produto para a população. O novo sistema irá integrar os já existentes sistemas do Passaúna, Iraí e Iguaçu. Com isso, a capacidade de produção de água para atender Curitiba e outros municípios atingirá 11,1 mil litros por segundo. Esse volume é suficiente para abastecer a região até 2020.

Tarifa

Segundo o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, do total de recursos investidos no Miringuava, R$ 115 milhões são da Caixa Econômica Federal e R$ 29 milhões de recursos próprios. Para os próximos quatro anos, a Sanepar promete investir outros R$ 340 milhões na melhoria e ampliação do sistema e, até 2010, poderá chegar a R$ 2 bilhões. Com isso, ressalta Jacob, capital e região deverão ficar livres de problemas de racionamento, como o que aconteceu em 2006. ?Este ano os reservatórios terão 80% da sua capacidade volumetria garantidos?, disse.

Mesmo com todos os investimentos que a empresa promete para o Estado, o presidente da Sanepar negou que isso será repassado aos consumidores com aumento de tarifa. Jacob explica que a tarifa é revertida para o custo operacional e a empresa vem conseguindo manter o valor congelado há três anos por ter uma política de subsídio cruzado. ?Há três anos não temos reajustes na tarifa e a Sanepar não parou de investir?, finalizou.

Sanepar aplica nova tecnologia de construção

Em um dos sete reservatórios do sistema Miringuava, a Sanepar está aplicando uma nova tecnologia de construção, que é mais rápida e econômica. Em vez de concreto armado, no reservatório Arujá, que fica em São José dos Pinhais, próximo a interseção das BR-376 e Contorno Leste – a empresa optou por chapas pré-moldadas de aço vitrificadas. Esse é o primeiro reservatório montado no Brasil com esse material.

Sistema semelhante é utilizado no Oriente Médio, com capacidade para armazenar 20 mil metros cúbicos de água, enquanto o Arujá terá a metade dessa capacidade. De acordo com o diretor de investimentos da Sanepar, Heitor Silva, na Inglaterra o mesmo tipo de chapa é usada para o armazenamento de grão. Ele ressalta que o sistema oferece uma série de vantagens, desde a execução da obra até a manutenção.

O tempo de montagem do tanque, por exemplo, foi de 40 dias, enquanto que na tecnologia convencional é de seis meses. Esse tipo de reservatório é mais limpo e não exige reparos constantes, como de pintura e impermeabilização.

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