O Iguaçu de Foz pode virar Iguassu

Um projeto de lei polêmico que tramita na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, de autoria do vereador Djalma Pastorello (PSDB), pretende alterar a grafia do nome da cidade para Foz do Iguassu. O vereador Geraldo Martins (PT) é contrário à mudança e convocou uma audiência pública para o próximo dia 30, a fim de discutir a alteração proposta pelo projeto. A mudança na grafia do nome, segundo o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald Ghisi (PDT), divide a população. Na opinião dele, a versão com dois ?ss? é muito melhor para o cidadão, que será beneficiado com uma maior divulgação da cidade no mundo. Foz do Iguaçu é uma das pricipais atrações turísticas do Brasil.

A base dos argumentos de Pastorello, líder do prefeito na Câmara, é de que não seria uma mudança no nome, mas um resgate histórico-cultural, uma vez que o município se chamou Foz do Iguassu desde sua criação, em 1914, até o início da década de 1940. ?Seria uma reparação histórica?, avalia.

Ele diz também que além do resgate, na maioria das línguas faladas no mundo – como inglês, alemão, francês e italiano – o nome da cidade é escrito com dois ?ss?, por não terem o ?ç? em seu alfabeto. ?A cidade é divulgada com ?ss? em todos os lugares do mundo. E Foz tem a necessidade de uma maior divulgação?, considera. Para o vereador, o nome com ?ç? dificulta buscas na internet. ?Algumas pessoas procuram a cidade na rede e acabam encontrando Iguazu, na Argentina.? De acordo com Pastorello, o setor de turismo da cidade é totalmente favorável à mudança.

Martins, que é contra o projeto, argumenta que não é Foz que precisa se adaptar ao mundo e à internet. ?Ela é que tem de se adaptar a nós.? Segundo ele, a mudança trará problemas para o município, que terá de fazer alterações em documentos, placas de veículos, além de ser um problema para crianças em idade escolar. ?Será um prejuízo para a cidade?, opina. Martins afirma que há a possibilidade de ocorrer um plebiscito para definir a questão. ?Escolas estaduais e municipais e academia de letras têm se manifestado contra?, contesta. Martins atenta para uma curiosidade, sobre a antiguidade da grafia com ?ç?. Segundo ele, em livro da Organização Mundial do Turismo, observa-se uma passagem que traz uma grafia diferente para o nome do rio – Yguaçû – que data de 1747.

Pastorello rebate as críticas, dizendo que não haverá problemas na alteração, porque a lei não pode ser retroativa. ?Nada vai precisar ser mudado. Aos poucos, as coisas irão se adequando, sem a necessidade de modificações bruscas.? Para Pastorello, a mudança na grafia não precisará ser realizada por meio de plebiscito, porque o nome da cidade continuará sendo o mesmo. Ele acredita que até outubro a mudança será concretizada por meio de votação na Câmara de Vereadores.

Para o prefeito de Foz, a mudança acabará com inconvenientes, principalmente no que diz respeito à internet. ?Hoje, toda a vez que vou citar um e-mail ou página de internet da cidade, termino com um palavrão?, brinca.

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