No dia de São Cristóvão, caminhoneiros podem parar

O dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas, comemorado hoje, foi a data escolhida pelos caminhoneiros autônomos para a greve nacional. A iniciativa é do Movimento União Brasil Caminhoneiro, que tem como pauta principal alguns questionamentos da lei que regulamenta a profissão de motorista do transporte de cargas e de passageiros. No Paraná, quem organiza o movimento é a Federação Paranaense dos Transportadores Autônomos de Carga. “A orientação é para que os caminhoneiros não viajem e passem uma semana com suas famílias. Enquanto isso, vamos discutir com o setor interessado”, comenta o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ponta Grossa (Sinditac), Neuri Tigrão.

De acordo com a lei, os profissionais estão proibidos de dirigir por período superior a quatro horas sem descanso mínimo de 30 minutos. Além disso, obriga os motoristas a ter repouso diário de 11 horas a cada 24 horas de trabalho e descanso semanal de 30 horas para motoristas empregados. Neuri explica que a categoria não é contra a a lei, mas questiona a forma como veio. “Queremos que o governo construa centros de apoio ao caminhoneiro. Como é que ele vai cumprir a carga horária se não tem estrutura para isso nas estradas?”, questiona.

Frete

Outra preocupação da categoria é com a resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que acabou com a carta-frete e implantou o cartão magnético para regulamentação do sistema de pagamento de fretes, o que, segundo Neuri, reduziu drasticamente os valores recebidos pelos caminhoneiros.

Setcepar fora do movimento

O superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), Luiz Carlos Podzwato, esclarece que a entidade e seus sindicalizados não participam do movimento, embora achem muitas das reivindicações justas. “Tem muitas coisas na lei que precisam ser revistas. O governo sancionou a lei que fica inviável por falta de estrutura”, opina.

O sindicalista comenta que 60% dos bens produzidos no País são transportados por via terrestre, por caminhões. “Aumento de frete é questão de mercado. Não sei se é possível conseguir isso com greve. Nós estamos orientando as empresas para que analisem a situação e, caso haja algum movimento mais crítico, recomendamos que não tirem seus veículos da garagem, já que os seguros não cobrem perdas nestes casos”, alerta.

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