Negociação não avança com a Sanepar

Mais uma vez não houve acordo na reunião intermediada ontem pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em Curitiba, entre os trabalhadores da Sanepar e a direção da empresa sobre o reajuste salarial da categoria. Hoje pela manhã, a União dos Sindicatos dos Trabalhadores da Sanepar (USTS) vai comunicar oficialmente os trabalhadores sobre o resultado da negociação, oficializando a greve na empresa em todo o Estado. A Sanepar divulgou em nota que solicitou o ajuizamento de dissídio coletivo junto ao MPT para pôr um fim ao impasse e retirou todas as propostas anteriores feitas durante a negociação.

Segundo o presidente da USTS, Gerti José Nunes, a empresa não apresentou proposta ontem. A direção da Sanepar, em nota oficial, justificou essa decisão porque alguns trabalhadores teriam entrado em greve enquanto o processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho estava em andamento. Havia o compromisso de se levar à apreciação dos empregados e da direção da empresa proposta formulada em mesa-redonda pelo Ministério Público na semana passada. O sindicalista calcula que pelo menos 40% dos trabalhadores estavam parados ontem. ?A empresa não está negociando. Está impondo?, disse Gerti.

A data-base da categoria é o mês de março. Mas até agora os funcionários da Sanepar e a direção da empresa não conseguiram chegar a um acordo em relação ao reajuste salarial. Os trabalhadores começaram pedindo 20% de aumento para repor as perdas acumuladas em 10 anos. Mas a Sanepar havia oferecido apenas a inflação do último ano: 3,12%.

Com a ameaça de greve, a empresa melhorou a proposta, oferecendo um reajuste escalonado: 10,89% para quem ganha até R$ 974, 7% para os trabalhadores que recebem entre R$ 975 e R$ 1.259, e 3,12% para quem ganha acima disso – tal proposta, porém, foi retirada, agora, pela empresa. Mas os trabalhadores rejeitaram e passaram a pedir um aumento linear de R$ 224. Mais uma vez não houve consenso, mas ficou acordado no encontro de ontem que os trabalhadores não parariam. No entanto, em nota, a Sanepar afirmou que os sindicatos insistiram em manter parte dos empregados parados.

A estatal considera a atitude dos sindicalistas intransigente e decidiu pedir o dissídio coletivo, além de entrar na Justiça do Trabalho com um pedido de interdito proibitório para possibilitar o direito de ir e vir dos funcionários. Também enviou ao MPT um documento que mostra o número necessário de trabalhadores para que os serviços não sejam prejudicados. 

Voltar ao topo