MST segue acampado em frente ao Incra na capital

Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acampados na frente da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Curitiba, devem continuar em reunião com o órgão durante o dia de hoje, a partir das 10h.

Vindos do assentamento Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu, região oeste do Paraná, eles ocupam o local desde a manhã da última segunda-feira e reivindicam licença ambiental para a execução de um plano de manejo dentro do assentamento e obras de infra-estrutura.

Ontem, durante a reunião entre o MST e o Incra nem toda a pauta de reivindicações pôde ser discutida nas quase quatro horas de encontro. Depois da reunião de hoje, os integrantes do MST devem fazer uma assembléia interna para decidir se aceitam as proposições do Incra como resposta às suas reivindicações ou se continuam ocupando o local.

No Celso Furtado, 30% das 976 famílias assentadas estão em cima de lotes com madeira e essa questão ambiental não depende de resolução apenas do Incra, mas de autorizações do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e do Ministério Público Federal de Cascavel. O Incra propôs, então, a criação de um grupo interinstitucional para consultar órgãos ambientais e jurídicos para resolver o problema.

A falta de assentamento para 380 famílias que estão em área de reflorestamento; o plano de manejo; a construção de estradas e a instalação da rede elétrica foram os principais pontos discutidos ontem.

Bloqueio

Em apoio à ocupação da capital, outros integrantes do assentamento Celso Furtado bloquearam ontem a PR-473, no trecho que liga os municípios de São Jorge do Oeste a Quedas do Iguaçu, próximo à barragem de Salto Osório. Segundo o assentado e integrante da coordenação local do MST, Claudelei Torrente Lima, o MST liberava a rodovia de duas em duas horas e o bloqueio deve continuar hoje, enquanto durarem as negociações com o Incra.

Reintegração

No Norte do Paraná, no município de Primeiro de Maio, a Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp) cumpriu ontem uma reintegração de posse na Fazenda Copersucar. Desde 2003, já foram 173 desocupações no Estado. De acordo com a Sesp, a reintegração aconteceu de forma pacífica. O major Douglas Dabul, da Polícia Militar, informou que 81 pessoas ligadas ao MST ocupavam a área em 39 barracos, desde janeiro. Com 120 policiais militares, a reintegração teve início às 7h e foi finalizada perto das 16h de ontem.

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